O prodígio de Alcochete
Geovany Quenda, de apenas 18 anos, rapidamente se tornou uma das principais estrelas do Sporting. Antes da sua transferência de sonho para o Chelsea, o antigo treinador de Quenda na formação leonina, Fábio Roque, desvenda os primórdios da carreira deste jovem prodígio. “O Geo começou num pequeno clube de Lisboa [Damaiense] e assim que assinou pelo Benfica comecei a olhar para ele. Alguém do nosso departamento de olheiros disse-nos: 'Têm de ver o Quenda!' Ele impressionou-me logo. Era muito bom tecnicamente e agressivo nas suas movimentações com e sem bola. Era corajoso e criativo”
, relembra Roque.
Superando os desafios iniciais
Quando Quenda chegou ao Sporting em 2019, aos 13 anos, os primeiros tempos em Alcochete não foram fáceis. “Ele estreou-se e logo a seguir deu-se a lesão. Não tínhamos jogado durante muito tempo devido à pandemia e, quando recomeçámos, ele partiu o braço. Foi de partir o coração. Mas devo dizer que a atitude dele durante o período de recuperação foi fantástica”
, conta o antigo treinador-adjunto.
Rumo à estreia na Seleção
Roque não poupa elogios ao talento do extremo: “Acho que se olharmos para os jogadores nascidos em 2007 no futebol mundial, há três que se destacam dos restantes: Estêvão, Lamine Yamal e Geo. Os três são impressionantes, e dois deles vão estar no Chelsea. Vai ser incrível ver Geo e Estêvão juntos.”
O técnico recorda um episódio marcante que revelou a maturidade do jovem: “Houve um ano que jogámos contra o Benfica num jogo crucial. Aos quinze minutos de jogo, tivemos um jogador expulso. Ao intervalo, o jogo estava 0-0 e todos estavam cansados. O Geo viu-me a caminhar para ele e percebeu que eu estava preocupado. Por isso, encostou o braço ao meu ombro e disse: 'Treinador, não se preocupe, vamos ganhar na mesma!' Ele marcou na segunda parte e foi exatamente isso que aconteceu. Nesse dia, percebi que ele era especial e que não se assustava com qualquer desafio.”
Sobre a chegada de Quenda à Seleção Nacional, Roque não esconde o orgulho: “É apenas uma questão de tempo até o Geo se estrear por Portugal.”
O antigo treinador até recorda um episódio em que ensinou Quenda a rematar: “Uma vez, estava a mostrar-lhe um exercício para o encorajar a bater na bola com os atacadores. Tratava-se de criar força, com um voo retilíneo da bola em ângulos difíceis para o guarda-redes defender, em vez de apenas rematar para o canto superior. Durante o exercício, marquei um golo fantástico. Foi provavelmente o golo da minha vida. O Geo olhou para mim incrédulo, tipo: 'Mas que raio?!' Agora, brilha no Sporting e, esperemos, na Seleção Nacional em breve.”