O Sporting recebeu e venceu o Famalicão, por 3-1, num jogo eletrizante e com contornos invulgares, que permitiu aos leões consolidar a liderança da Liga Portugal Betclic. Apesar do golo madrugador e de uma exibição com momentos de superioridade, a equipa de Alvalade viu o Famalicão reagir e criar dificuldades, num encontro marcado pela expulsão de Maxi Araújo e por um final de jogo emocionante.
O cronista do jogo questiona mesmo: "Será que esta equipa só está bem quando não está bem?".
Entrada a todo o gás e o despertar do Famalicão
O jogo começou da melhor forma para o Sporting, com Fresneda a inaugurar o marcador logo aos 59 segundos, fazendo explodir as bancadas de Alvalade. O golo madrugador e os 15 minutos iniciais de domínio leonino faziam antever uma noite tranquila para a equipa da casa.
No entanto, o Famalicão, longe de se deixar abater, reagiu e equilibrou a partida. "Um cruzamento apertado de Sorriso, um remate de Rafa Soares e, depois, um cabeceamento perigoso de Gustavo Sá, quase sempre criterioso com a bola no pé e o resto não se pode dizer que não tenha chegado sem aviso", descreve o cronista, ilustrando as oportunidades criadas pelos visitantes.
A resposta de Hugo Oliveira
No final do encontro, o treinador do Famalicão, Hugo Oliveira, reconheceu a superioridade do Sporting em certos momentos, mas considerou que a sua equipa merecia ter saído de Alvalade com pontos. "É fundamental realçar que começámos este jogo a perder. Não é fácil para ninguém quando isso acontece em Alvalade, na casa do campeão nacional. Mas isso não nos fez cair", afirmou o técnico à Sport TV.
Hugo Oliveira destacou a reação da sua equipa: "Abriu-nos os olhos e fez-nos perceber que o caminho era o mesmo. Roubámos muitas bolas na fase de construção do adversário e, depois, não nos precipitámos e começámos a encontrar os espaços que queríamos, a girar o jogo e a criar situações. Deveríamos ter feito mais golos."
O momento chave da segunda parte
O treinador do Famalicão identificou um momento crucial na segunda parte: "Depois, na segunda parte, o momento do jogo foi quando quisemos ir para cima e sofremos o terceiro golo. Não tenho a mínima dúvida de que íamos acabar em cima do adversário, como acabámos."
Apesar da derrota, Hugo Oliveira mostrou-se satisfeito com a atitude da sua equipa: "Saímos daqui um bocadinho frustrados e com a consciência de que sabemos qual é o caminho. Temos vindo a crescer no processo, mas temos de tirar coisas destes jogos. Hoje, tínhamos de levar pontos."
O segundo golo não abalou a equipa
Questionado sobre se o segundo golo do Sporting tinha intranquilizado a equipa, Hugo Oliveira negou: "Acho que não, não foi assim que vi o jogo. Encontrámo-nos sempre."
O técnico famalicense elogiou a capacidade da sua equipa em criar oportunidades em Alvalade: "Chegar a Alvalade, encontrar os caminhos que encontrámos, impedir o adversário de construir desde o seu pontapé de baliza, recuperar bolas, conseguir circular o jogo de um lado ao outro e encontrar espaços nas costas dos médios adversários é de uma equipa que esteve sempre “no” caminho."
Reconhecimento da superioridade do Sporting
Hugo Oliveira admitiu que o Sporting teve momentos de superioridade, especialmente no jogo direto: "Houve momentos em que o Sporting esteve por cima, num jogo muito direto, tentando encontrar espaços nas costas do nosso lateral."
O treinador destacou a dificuldade de defrontar Gyökeres: "É duro nos momentos de um contra um, com um jogador impactante como é o Gyökeres, mas demo-nos à luta e, quando recuperámos a bola, fiquei orgulhoso por termos sido fiéis a nós."
Confiança no futuro
Apesar da derrota, Hugo Oliveira mostrou-se satisfeito com o desempenho recente da sua equipa: "Nos últimos sete jogos, só Braga, Benfica e Sporting conseguiram mais pontos do que o Famalicão."
O treinador do Famalicão salientou a solidez defensiva e a capacidade ofensiva da equipa: "Somos a equipa com mais jogos sem sofrer golos, mas que também é ofensiva. Em qualquer lugar, tenta colocar o seu jogo. Às vezes consegue, noutras não, mas vamos continuar."
A análise de Rui Borges
Do lado do Sporting, o treinador Rui Borges analisou a partida, começando por destacar a entrada forte da sua equipa: "É uma primeira parte onde entrámos bem, depois fomos perdendo confiança no momento defensivo e estávamos a baixar demasiado. Deixámos o Famalicão ganhar confiança."
O técnico leonino explicou as oscilações da equipa: "Essa instabilidade defensiva deixou-nos com desconfiança, a ser mais lentos a tomar decisões. Depois do penálti, melhorámos outra vez, acabámos a primeira parte por cima. Ao intervalo, não mudámos nada, mas melhorámos coisas que falámos ao intervalo."
Gyökeres, o inevitável
Rui Borges não poupou elogios a Gyökeres, autor de dois golos: "O Viktor é um jogador... nem há palavras. Nos próximos anos é difícil que vá aparecer um jogador como ele no nosso campeonato. Aproveitar enquanto o temos, é um jogador fora do normal."
O treinador reconheceu a importância do avançado sueco: "Dá muito, é procurado, mas o coletivo ajuda. É diferenciador e vai continuar a ser, aqui ou noutro sítio."
A resposta a Hugo Oliveira
Em relação às declarações do treinador do Famalicão, Rui Borges foi assertivo: "O futebol é isto, faz parte... a qualidade deles torna-os diferentes. O Gyokeres lá seguirá o seu caminho e o Sporting será sempre o Sporting."
O técnico leonino respeitou a opinião do adversário, mas defendeu a justiça da vitória: "Cada um vê o jogo à sua maneira. Respeito. O Famlicão teve 15 minutos bons e melhores que nós. Fomos superiores na segunda parte. Penso que a vitória é justa, mas cada um tem a sua opinião."
O apoio dos adeptos
Rui Borges destacou o apoio dos adeptos do Sporting: "Desde o primeiro jogo, com o Benfica, que tive esse sentimento. Os adeptos têm sido fenomenais, hoje Alvalade estava fantástico."
O treinador reconheceu a importância dos adeptos para a equipa: "Têm sido muito importantes, não só em casa, mas também fora, vão ser importantes nesta reta final. A atitude sente-se do que vem de fora para dentro. Sinto-me um treinador feliz e com confiança em que seremos felizes no final."
Confiança para o resto do campeonato
Rui Borges abordou o calendário do Sporting, mostrando-se confiante: "O calendário para mim... não há favoritos. Todos os jogos são competitivos. O calendário é subjetivo. Todos têm saídas difíceis."
O treinador leonino destacou a importância de ter o plantel completo: "Em relação ao presidente, estou de acordo, o Morita está a chegar, nota-se a diferença, apesar de os miúdos e o Zeno, não são iguais. O Pote que vai voltar, a paragem vai ser boa, queremos tê-los todos e nota-se que a energia da equipa é diferente."