Numa declaração ao país, o primeiro-ministro Luís Montenegro revelou que vai avançar com uma moção de confiança na Assembleia da República. A decisão surge na sequência de uma polémica envolvendo uma empresa de consultoria detida pela sua mulher e filhos, da qual foi anteriormente sócio.
O chefe do executivo esclareceu que a Spinumviva, empresa que presta serviços a clientes como a Solverde e a Rádio Popular, passou a ser detida exclusivamente pelos seus descendentes desde que retomou a vida política. Montenegro ressaltou que criou a consultora em conjunto com a família e que sempre respeitou a separação entre a sua atividade profissional e a política.
Pedido de voto de confiança
No entanto, perante as suspeitas que pairam sobre este caso, o primeiro-ministro decidiu pedir aos partidos com assento parlamentar que declarem um voto de confiança ao seu Governo. Numa moção deste tipo, se for rejeitada pela Assembleia da República, tal provoca a demissão automática do executivo.
Nos últimos 11 pedidos de moção de confiança desde o 25 de Abril, apenas uma vez o Governo caiu, em 1977. Montenegro espera que neste caso os deputados expressem o seu apoio, evitando assim uma crise política que, no seu entender, «deve ser evitável» perante o atual contexto de tensão internacional.
Críticas do primeiro-ministro
O primeiro-ministro criticou o Partido Socialista, afirmando que, «para alguns, os esclarecimentos nunca serão suficientes para que o assunto se encerre». Apesar disso, Montenegro garantiu que não cometeu qualquer crime e reforçou as medidas apresentadas pelo seu Governo para melhorar as finanças públicas, combater a crise habitacional e apoiar os diversos grupos etários da população.