Necessidade de maior transparência no processo arbitral português

  1. Câmaras de segurança não pertencentes ao operador televisivo foram usadas no Aves vs Sporting
  2. Imagens revistas em campo levaram à expulsão de um jogador por acumulação de amarelos
  3. Agressão de um jogador apenas valeu uma advertência
  4. Público desconhecia a possibilidade de árbitro efetuar segunda advertência após revisão de imagens

O mundo do futebol português tem estado agitado nos últimos dias, com a arbitragem no centro das atenções após uma série de decisões polémicas. O último jogo entre Aves SAD e Sporting foi particularmente pródigo em momentos que geraram muita discussão e controvérsia.

Desde câmaras de segurança instaladas em postes de eletricidade que não pertencem ao operador televisivo, a imagens revistas em campo que resultaram na expulsão de um jogador por acumulação de cartões amarelos, passando ainda por uma agressão que apenas valeu uma advertência, o encontro em Vila das Aves teve de tudo um pouco. Independentemente da justeza ou não dessas decisões, o que fica evidente é a necessidade de melhorar significativamente a comunicação em torno dos processos e procedimentos da arbitragem.

Explicar para melhor compreender

Após o episódio do telemóvel utilizado como recurso de backup no Estádio do Dragão, houve no último domingo momentos que o público simplesmente não compreendeu, por desconhecer que certas situações eram possíveis. As câmaras IP, válidas e oficiais, existem em alguns estádios e o VAR tem acesso a essas imagens, algo que já aconteceu noutras ocasiões. Da mesma forma, o árbitro pode efetuar uma segunda advertência após rever as imagens, caso a recomendação do VAR tenha como base uma possível expulsão direta.

«Se todos estes processos fossem devidamente explicados e comunicados com regularidade, o público estaria mais informado e compreenderia melhor as decisões tomadas.» afirmou um especialista em arbitragem.

Arbitragem sob escrutínio

Muitas vezes, a arbitragem e os árbitros são vítimas de comportamentos censuráveis, que nos fazem questionar se civilização e civilizado são conceitos realmente próximos. No entanto, é preciso reconhecer que, por vezes, é a própria arbitragem que involuntariamente contribui para acender a fogueira, perdendo assim a moral para se queixar da força do fogo.

«O futebol profissional exige dos árbitros um compromisso, foco e entrega totais, a cada minuto de jogo. Os treinos diários, os cursos regulares e os estágios constantes são apenas meios para atingir o objetivo de acertar o mais possível nas suas decisões.», explicou um antigo juiz internacional.

Oportunidade de melhoria

A crítica pode ser muito útil se for encarada como uma oportunidade de melhoria, e a arbitragem deve ter a sensatez e inteligência de filtrar o essencial do acessório, aproveitando tudo o que lhe possa acrescentar valor. Afinal, há situações que simplesmente não podem acontecer no futebol de alta competição, especialmente quando existem meios tecnológicos que permitem evitá-las.

«Para isso, é fundamental que as estruturas proporcionem aos árbitros as melhores condições de trabalho, pois só quem dá tudo tem o direito de exigir o máximo em troca.», concluiu um antigo dirigente federativo.

Benfica e Mónaco protagonizam gesto de fair play antes do confronto decisivo

  1. Rui Costa, presidente do Benfica, e dirigentes do Mónaco almoçaram juntos antes do jogo
  2. Trocaram lembranças e mantiveram ambiente cordial a poucas horas do jogo
  3. «Apesar da rivalidade em campo, Águias e monegascos mostraram que o espírito desportivo prevalece»
  4. Encontro reforçou laços de fair play entre os dois clubes