O calendário apertado do futebol moderno tem sido um grande desafio para os treinadores portugueses. Rui Borges, do Sporting, e Bruno Lage, do Benfica, têm lidado com um número significativo de lesões em seus elencos, o que os obriga a recorrer cada vez mais aos jovens da formação.
Sporting: "Não sou médico"
No Sporting, Borges lamentou a "quantidade de lesionados em Alcochete", chegando a dizer que "não sou médico" quando questionado sobre o assunto. Com oito jogadores indisponíveis - St. Juste, Daniel Bragança, João Simões, Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Morita, Hjulmand e Geny Catamo -, o treinador reconheceu que "talvez haja competições que têm de ser abordadas de outra forma, como a Taça da Liga". Borges colocou o dedo na ferida ao afirmar que "quem manda deve mesmo olhar para este acumular de jogos infinitos", uma crítica às instituições do futebol que não parecem estar a ouvir os apelos dos treinadores.
Benfica: "Estes indivíduos estão claramente no limiar da sobrecarga"
No Benfica, a situação é um pouco mais aliviada, mas ainda assim preocupante. Bah e Manu já terminaram a época, enquanto Di María, Tiago Gouveia e Renato Sanches continuam de fora. Antes do jogo com o Boavista, Bruno Lage foi direto ao dizer que "estes indivíduos estão claramente no limiar da sobrecarga" e que "estão cansados".
Apesar dos desafios, Lage e Borges veem uma oportunidade de ouro nesta situação: a possibilidade de apostar mais cedo nos jovens da formação. Embora não seja o objetivo principal das instituições do futebol, ver os miúdos a ganharem espaço na equipa principal pode trazer "sangue novo" às equipas. Claro que segurá-los depois é outro desafio à parte.