Dortmund enfrenta realidade bem diferente esta época
Há poucos meses, o Borussia Dortmund esteve perto de conquistar a Liga dos Campeões. Agora, a realidade é bem diferente. O clube alemão ocupa atualmente o 11º lugar na Bundesliga, muito aquém das expectativas.
Segundo o jornalista alemão Kai Schiller, os problemas do Dortmund vão muito além do desempenho dentro de campo. «Trouxeram um treinador sem experiência, e isso pesou. Foi um risco que não compensou», aponta Schiller, referindo-se à decisão de substituir o treinador Edin Terzić, que levou a equipa a uma final da Champions, pelo inexperiente Nuri Şahin.
Problemas internos minaram projeto
Outro fator crítico é a estrutura interna do clube, com demasiadas pessoas com poder de decisão. «Há falta de uma figura de referência, alguém que una todas essas partes. Nem sempre estão alinhadas, e isso prejudica a equipa», explica o jornalista.
O modelo do Dortmund, baseado na aposta e venda de jovens talentos, também começa a mostrar falhas. «O problema não é vender talentos, porque isso sempre aconteceu. O problema é que também gastaram muito dinheiro em jogadores rejeitados por rivais ou por clubes de topo», refere Schiller, dando exemplos como Hummels, Süle e Sabitzer.
Falta de identidade e objetivos reais
Além disso, a equipa carece de verdadeiros símbolos do clube. «Quem é a cara do Borussia Dortmund hoje? Já não há um Reus, um Hummels ou um Götze no auge. E isso faz diferença», aponta o jornalista.
Esta falta de identidade reflete-se na forma como o Dortmund encara a Bundesliga. «O Dortmund foi, durante anos, a segunda melhor equipa da Alemanha, no mínimo. Agora nem isso. O Leverkusen está claramente acima, e o Leipzig aproxima-se», afirma Schiller.
Quanto ao confronto com o Sporting na Champions, Schiller reconhece que a vantagem de 3-0 conseguida pelos alemães em Alvalade coloca o Dortmund numa posição muito confortável. No entanto, o jornalista alemão acredita que, quando a pressão aperta, as fissuras aparecem no Dortmund. «Se há um momento para acreditar, não será este?»