Rúben Amorim e os caminhos cruzados com o Sporting e o Manchester United

  1. Sporting contratou Rúben Amorim em 2020 pagando a cláusula de rescisão de 10 milhões de euros
  2. Manchester United contratou Rúben Amorim em 2024 pagando a cláusula de rescisão de 10 milhões de euros
  3. Cristiano Ronaldo criticou a falta de evolução do Manchester United
  4. Manchester United contrata de forma desordenada, diferente do modelo do Manchester City

Histórias paralelas


Em março de 2020, com a época a entrar em fase decisiva, estando os leões num ombro-a-ombro com os arsenalistas por um lugar no pódio, o Sporting contratou o treinador do Sporting de Braga, Rúben Amorim, pagando os 10 milhões de euros da cláusula de rescisão. Pouco mais de quatro anos depois, em outubro de 2024, com a época em andamento acelerado, o Manchester United, depois de despedir Erik ten Hag, decidiu contratar Rúben Amorim para o seu lugar, pagando aos leões 10 milhões de euros pela cláusula de rescisão.


Procedimentos semelhantes de Sporting e Manchester United, no que respeita a forçar, pagando e não negociando, a contratação do treinador que entendiam servir melhor os seus interesses, independentemente de tudo o mais, nomeadamente a situação precária criada no clube de origem pela saída indesejada de um técnico que estava a ter um percurso de sucesso.

O apetite financeiro de Old Trafford


Em Old Trafford, o dinheiro nunca terá sido problema, e querer resolver os problemas encharcando-os em libras, terá sido o principal erro dos 'red devils'. Quando saiu, pela segunda vez, do Manchester United, Cristiano Ronaldo, entre outras coisas, invocou a «falta de evolução do clube, que continuava a oferecer aos jogadores as mesmas condições que tinha quando o astro madeirense rumou ao Real Madrid, em 2009». Enquanto esse 'gap' não for preenchido, os 'red devils' estarão sempre em desvantagem face à concorrência.


No pós-Ferguson, exceção feita a um período em que José Mourinho meteu o clube nos eixos – vitórias na Taça da Liga, na Supertaça e na Liga Europa, além de um segundo lugar na Premier League – o desnorte de contratações (que também contaminou a era-Mourinho), foi o prato do dia, faltando ao Manchester United aquilo que projetou os vizinhos do City: uma ideia de jogo, levada a cabo com dinheiro, obviamente, mas também com convicção, competência e paciência.

Rúben Amorim e o que pode trazer a Old Trafford


É isso que Rúben Amorim pode dar a Old Trafford: «saber o que quer (e provavelmente será algo de base 3x4x3 com as múltiplas variantes que vimos evoluírem em quatro anos e meio no Sporting), e contratar cirurgicamente, ao contrário do que tem sido a prática dos 'red devils', que por norma atiram a tudo o que mexe, umas vezes servindo de cemitério de elefantes, outras de infantário à espera do desenvolvimento do potencial, outras ainda indo ao sabor da maré de meia dúzia de jogos mais bem conseguidos por determinado jogador, olhando para a árvore sem ver a floresta.»


É um trabalho hercúleo, o que espera Rúben Amorim no Manchester United, mas o treinador português, que tem sido sempre muito assertivo nas opções, mostrando saber exatamente o que quer e o que não quer, executando, de forma fria e cerebral, o que entende ser a maior conveniência do clube, parece estar à altura da ocasião.

A (polémia) cláusula de rescisão


Quando ficou estabelecido que a saída para um clube nacional faria entrar nos cofres de Alvalade 30 milhões de euros, disse-se que essa era uma hipótese de que o Sporting nem queria ouvir falar; quando foi estabelecido que a saída para um clube estrangeiro, de nível médio, custaria a esse emblema 20 milhões de euros, tanto Rúben como Sporting aceitaram que essa seria uma via sempre muito improvável, porque nem um clube desse pagaria tal verba, nem Rúben Amorim desejaria passar de cavalo a burro, trocando um clube com a projeção do Sporting por outro de menor gabarito, independentemente da geografia.


Finalmente, a cláusula em apreço, de 10 milhões de euros, a serem pagos por um clube de dimensão mundial: claramente, esta foi uma exigência de Amorim para renovar com os leões, porque lhe manteria aberta a porta de um dos tubarões do futebol mundial, como aquilo a que temos assistido comprova. Estes dez milhões ressarciriam o Sporting daquilo que pagou ao SC Braga, ficando os leões, no pós-Amorim, não apenas com os títulos e uma equipa bem arrumada, mas também com uma via que podem prosseguir, assim encontrem comandante à altura para a nau.

Rúben Amorim sabe o que o espera


Rúben Amorim, quando exigiu esta cláusula, sabia bem que «há comboios que não param duas vezes na mesma estação». E é normal que, ainda com 39 anos, deseje dar o salto para outro patamar, passando de um grandíssimo clube para outro ainda maior. Como para Amorim esta não é uma situação nova – em Braga os adeptos, os jogadores e o presidente não gostaram que ele se tivesse transferido para Alvalade – o jovem treinador sabe bem o que o espera, no universo sportinguista, caso troque o verde dos leões pelo vermelho de Old Trafford, e parece preparado para conviver bem com a situação.


Porque, suceda o que suceder, a verdade é que «toda a gente já percebeu que Amorim quer ir para o Manchester United».

O pós-comunicação à CMVM


Imagine-se que as exigência que o Sporting está a fazer, quanto aos adjuntos e ao momento da libertação do treinador, fazem abortar a contratação, e Rúben Amorim fica, a contragosto (embora nunca o diga), em Alvalade. Nesse caso, a relação do treinador com o presidente ficaria, se não ferida de morte, pelo menos em estado comatoso, e Amorim, mesmo em relação aos jogadores, ficaria numa posição periclitante caso viesse a aconselhar algum dos pesos-pesados a recusar uma transferência e continuar no clube.


Aconteça o que acontecer, a partir da comunicação do Sporting à CMVM, entrámos noutro patamar de relacionamento entre clube e treinador, e isso é algo que deve ser levado muito em conta.

Traições, ódios e rancores


O futebol é momento, e por vezes dá-se demasiada importância à espuma dos tempos. Veja-se o caso de André Villas-Boas que em 2011 trocou a sua cadeira de sonho no FC Porto pelo banco do Chelsea, recebendo os dragões 15 milhões de euros. Por um lado, a equipa azul-e-branca, com o adjunto de Villas-Boas na liderança (Vítor Pereira), foi bicampeã nacional; por outro, depois de ter sido apelidado de traidor e mercenário pelos apparatchiks portistas, acabou por receber uma bênção papal que lhe permitiu a reentrada no universo do Dragão e, há pouco meses foi eleito, com 80 por cento dos votos, presidente do clube.


Adaptando Oscar Wild, «o ódio é eterno apenas enquanto durar». Quer isto dizer que estas situações devem ser desdramatizadas, fazem parte da vida, e é da vida que cada um procura um futuro melhor.

O futebol e a vida


Que cada um se coloque nos sapatos de Rúben Amorim, e pense no faria, profissionalmente, se lhe surgisse uma oportunidade não só financeira, mas de trabalho, como a que o Manchester United lhe propõe. Sem querer ser arauto de um pensamento cínico, muitos dos que rasgam agora as vestes, clamando contra a saída de Rúben Amorim do Sporting, estariam, por certo, na primeira linha dos que exigiriam a cabeça do treinador se se verificassem uma série de maus resultados.


Calma, isto é só futebol e, na vida, para todos (para Amorim também), há coisas mais importantes, destinos que, desde que se permaneça dentro da legalidade jurídica, ética e moral, devem ser cumpridos.

/sporting/48356

  1. Pedro Gonçalves deu boas indicações no jogo com o Sturm Graz e está pronto para voltar à titularidade
  2. Rúben Amorim admitiu que a equipa sentiu a ausência de Pote, que tem características diferentes
  3. Juntos, Trincão, Gyokeres e Pedro Gonçalves são responsáveis por 57% dos golos do Sporting esta temporada
  4. Gyokeres lidera a lista de melhores marcadores da Liga com 11 golos, Trincão é o líder das assistências com 5
  5. Com a recuperação de Pote, Rúben Amorim espera potenciar o poder de fogo da equipa

Gyökeres e Matheus Nunes em grande destaque na Liga dos Campeões

  1. Viktor Gyökeres marcou 38 golos em 24 jogos nas competições domésticas e 5 golos em 5 jogos na Liga Europa
  2. Viktor Gyökeres leva 2 golos em 3 jogos na Liga dos Campeões
  3. Viktor Gyökeres teve 15 toques na área adversária na 3ª jornada da Liga dos Campeões
  4. Matheus Nunes teve 13 toques na área adversária na 3ª jornada da Liga dos Campeões

Kokçu lamenta derrota do Benfica contra o Feyenoord

  1. Orkun Kokçu trocou o Feyenoord pelo Benfica em 2023 por €25 milhões
  2. Benfica perdeu por 0-1 frente ao Feyenoord na Liga dos Campeões
  3. Kokçu lamentou a falta de resposta da equipa à pressão do Feyenoord
  4. Kokçu não quis entrar em detalhes sobre a relação com o treinador Roger Schmidt

FC Porto expulsa sócios implicados em incidentes na Assembleia Geral

  1. Além de Fernando Madureira, Sandra Madureira, Vítor Catão e outros foram notificados da decisão de expulsão como sócios do FC Porto
  2. A Operação Pretoriano relaciona-se com tentativa de criar clima de intimidação na Assembleia Geral do FC Porto
  3. Os arguidos estão acusados de diversos crimes, incluindo ofensa à integridade física e coação agravada
  4. A direção do FC Porto garantiu em agosto que instauraria processos disciplinares contra os sócios acusados
  5. O Ministério Público requer penas acessórias de interdição de entrar em recintos desportivos entre 1 a 5 anos

Halis Kokçu acredita que amizade com Arne Slot pode levar Orkun Kökçü para o Liverpool

  1. Halis Kokçu, pai do médio do Benfica Orkun Kökçü, acredita que a amizade entre o seu filho e o treinador Arne Slot pode levar o jogador a um clube tão grande como o Liverpool no futuro
  2. O Orkun é um jogador que tem potencial para dar o próximo passo
  3. O camisola 10 do Benfica está em boa forma na nova temporada e leva quatro golos e três assistências em 10 partidas oficiais

João Carvalho de regresso ao onze do Estoril

  1. João Carvalho, médio de 27 anos, regressa ao onze titular do Estoril após entorse no joelho
  2. O Estoril recebe o Arouca numa partida importante para as aspirações de subida de divisão
  3. Ian Cathro, treinador do Estoril, poderá repetir a estratégia que resultou no único triunfo da equipa esta época
  4. Fabrício Garcia, Yanis Begraoui e Alejandro Marqués são os restantes candidatos à titularidade na frente de ataque