Da Trorodskolen ao Sporting
Christopher Kaas treinou Conrad Harder, avançado do Sporting, quando este apenas sonhava tornar-se futebolista. Em 2019, contou com o talento do agora leão para chegar com a Trorodskolen à final do torneio nacional de escolas. Hoje, o técnico vive com entusiasmo o sucesso do ex-pupilo e admite: «Vê-lo jogar de início pelo Sporting, a marcar, a assistir e a festejar à Cristiano Ronaldo deixa-me com pele de galinha, é incrível!»
Talento e determinação desde a juventude
Kaas lembra um miúdo curioso por aprender e empenhado em ser cada vez melhor. «É inacreditável ver onde chegou o Conrad», começa por contar, antes de falar do jovem que conheceu. «Teve uma enorme força mental. Como muitos futebolistas, não era um miúdo que prestasse muita atenção nas aulas. Não era problemático mas tinha dificuldades em concentrar-se, pensava sobretudo em futebol [risos]. Muitos professores diziam-lhe: 'Se não trabalhares mais vais ter dificuldades.' Mas lutou, dedicou-se e conseguiu», contou, recordando que «por ter muito talento entrou na equipa aos 13 anos, era o mais jovem de todos».
O técnico afirma ainda: «Todos víamos que ele tinha algo especial para chegar a este nível. Já fazia coisas ridículas com a bola. Se fosse para apostar em alguém para chegar ao topo, era nele. Não o consegues deitar abaixo. Queria tanto isto. E tem um grande coração, é um lutador e bom miúdo.»
De extremo a ponta-de-lança
Kaas lembra uma característica de Harder quando duvidavam dele: «Sempre que lhe diziam que não conseguia fazer alguma coisa ele lutava para provar que estavam errados. Tem uma grande cabeça, é muito determinado. Naquelas idades há miúdos que já são muito bons tecnicamente, mas depois o seu nível de inteligência para as questões táticas e de posicionamento não é o mesmo. O Conrad já era um miúdo com muita curiosidade e vontade de aprender. Se na sala de aula podia ter problemas de concentração, em campo era o aluno estrela.»
Na estreia a titular pelo Sporting, Harder só precisou de 15 minutos para apontar o primeiro golo. Kaas revela que o avançado nem sempre jogou na posição de ponta-de-lança. «Jogava com ele mais atrás, sobretudo a extremo-esquerdo. Era pequeno e franzino na altura, tinha muita velocidade e gostava de chutar. Agora percebo a razão de jogar como ponta-de-lança, até porque está mais alto. Na altura já tinha muita potência de remate e chutava com os dois pés. Era inteligente na colocação da bola. Mas às vezes talvez tivesse o senão de rematar em demasia [risos].»