Golo do Moreirense anulado
O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) revelou, no programa 'Juízo Final' da Sport TV, os áudios das comunicações entre o árbitro principal e o VAR em três lances controversos das primeiras jornadas da Liga.
Um dos lances em análise pertence ao jogo entre Moreirense e Benfica (1-1), da última jornada. Aos descontos da primeira parte, um golo da equipa da casa foi anulado devido a um pisão de Alanzinho sobre Leandro Barreiro. João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem, justificou a decisão: «Há um pisão imprudente, sem perigosidade, mas é falta. Tira o defensor do Benfica do lance e o atacante acaba por recuperar a bola e resultar em golo. É a mesma fase do golo, é alvo de revisão e o golo foi anulado. O VAR mostrou o facto, mostrou que aquela falta tem a ver com o golo, por isso não restou outra opção senão assinalar a falta e anular o golo».
Penálti do Sporting vs Farense
Outro lance analisado foi o penálti concedido ao Sporting no jogo com o Farense (0-5). O VAR Fábio Veríssimo chamou a atenção do árbitro Tiago Martins, mas este manteve a sua decisão inicial. João Ferreira admitiu que se trata de um «lance muito complexo»: «Há vários factos: o defensor está parado a fazer contenção, a evitar que o atacante se vire, a proteger a baliza, não faz nenhum gesto com a mão. A bola sofre uma mudança de direção em cima do defensor, inesperada, e a bola vai bater no braço. Não tem nada de penálti». No entanto, o responsável reconheceu que «a prova é, a bola bateu no braço? Bateu. O braço estava junto ao corpo? Não. Entramos aqui naquilo que é a amplitude de diferença de opinião e neste caso o Tiago manteve a sua decisão, gostávamos que fosse outra, em campo principalmente».
Expulsão de Adriano do Santa Clara
Por fim, o Conselho de Arbitragem analisou o lance da expulsão de Adriano, médio do Santa Clara, na receção ao FC Porto (0-2). O brasileiro pisa o pé de Alan Varela, com os pitons, e Fábio Veríssimo dá inicialmente cartão amarelo. Contudo, o VAR Rui Oliveira entende que a falta é merecedora de vermelho e chama a atenção do juiz da AF de Leiria, que lhe dá razão posteriormente. João Ferreira considerou que «são lances ingratos para o árbitro» e que, neste caso, «quando esse pisão sai do pé e vai para a canela e atinge com gravidade o adversário, consideramos falta grosseira e é cartão vermelho».
As revelações dos áudios do VAR mostram a complexidade de algumas decisões arbitrais e a dificuldade em alcançar consensos, mesmo com o apoio da tecnologia. Os responsáveis do Conselho de Arbitragem reconheceram que, em alguns casos, as decisões tomadas em campo não foram as ideais, mas defenderam que as provas apresentadas pelo VAR justificaram as escolhas finais.