Um triângulo virtuoso no Sporting
O Sporting, com um triângulo virtuoso de extraordinária qualidade — Rúben Amorim, Hugo Viana e Frederico Varandas — por esta ordem, parte claramente na frente. «Arrisco-me, aliás, a dizer, que enquanto este trio se mantiver à frente dos destinos do clube, o Sporting tem tudo para marcar uma era no futebol português», segundo o articulista.
É evidente que o Sporting tem o processo de treino e de jogo mais evoluído e consolidado de entre todas as dezoito equipas, domina com mestria os diferentes momentos da partida e, jornada após jornada, acrescenta novas nuances e variantes tácticas, a que acrescenta, sempre, maturidade e consistência.
Um FC Porto em transição
O FC Porto, a entrar numa nova fase da sua vida, após 42 anos de Pinto da Costa como presidente do clube, tem, hoje, em André Villas-Boas um Presidente fresco, moderno, arejado e muito bem preparado. Tal facto ficou já bem patente no excelente mercado de transferências que fez, apesar das gigantescas limitações financeiras que vive.
Tirando a derrota deste fim de semana em Alvalade, num jogo em que o Sporting foi melhor, o FC Porto mostra-se uma equipa bem trabalhada, coesa e com aquela alma, com aquela garra que mais nenhuma equipa portuguesa tem, como ficou bem patente na forma como conquistou a Supertaça, ao virar, de forma épica, um 3-0 ante o Sporting Clube de Portugal.
Um Benfica em confusão
O Benfica, por sua vez, vive enredado em erros, equívocos e confusões. Vendeu João Neves, o coração da equipa, vendeu Neres, um dos mais talentosos e desequilibradores jogadores do campeonato, vendeu João Mário, um médio muito inteligente e completo e, ainda, Marcos Leonardo, um avançado de fino recorte com muito potencial. As entradas, até agora, deixam muito a desejar e, a somar a um péssimo mercado de transferências, resolveu manter um treinador esgotado, em clara ruptura com a massa adepta, não antecipando que ao primeiro percalço o copo iria transbordar.
SC Braga e Vitória de Guimarães desafiam os grandes
Já o SC Braga tem um plantel muito interessante, tem um extraordinário treinador e vai, uma vez mais, introduzir-se na luta entre os três grandes. Mateus continua a ser o melhor guarda-redes do campeonato, Ricardo Horta é craque e Zalazar, um dos melhores jogadores do campeonato, é o motor de uma equipa que tem tudo para fazer um percurso forte tanto em Portugal como na Europa.
Também no Minho, o Vitória, sob a liderança de uns dos melhores treinadores portugueses da nova geração, Rui Borges, vai dando cartas. Tem um plantel equilibrado, que, destacando Tomás Handel, um médio de muita qualidade, vale sobretudo pelo coletivo, pelo processo de jogo que revela, tanto com bola, como sem bola. Vai, seguramente, tentar imiscuir-se na luta pelo quarto lugar.
Portugal na Europa
A fechar, é impossível não destacar o facto de, este ano, Portugal ter, novamente, todos os seus cinco representantes nas fases regulares das competições europeias — Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência. Uma conquista não só numérica, mas também de prestígio, que pode ajudar a reforçar a posição de Portugal no futebol europeu.