Sonhos em construção
Maxi Araújo cresceu no seio de uma família humilde e modesta, com seis filhos, que passou por sérias dificuldades. «Mesmo dormindo com uma camisola do Uruguai e indo para a escola com outra azul celeste, dizia que um dia jogaria pela seleção, sendo gozado por todos», recorda María González, funcionária do Wanderers que resgatou Maxi e o irmão César do bairro social Marconi, na periferia de Montevideu.
Aos 24 anos, Maxi Araújo já cumpriu o sonho de representar o Uruguai e agora, de leão ao peito, vai cumprir outro: jogar na Europa. Os irmãos agarraram a oportunidade e vingaram no futebol, com Maxi a começar a ser notado pelo seu desempenho e versatilidade para atuar em todo o corredor esquerdo e finalizar.
Estrela em ascensão no México
O Puebla, do México, contratou-o em dezembro de 2019, apesar da adaptação não ter sido fácil. Mas com a chegada de Nicolás Larcamón ao comando técnico, tudo mudou: «Maxi passou a ser aposta, explodiu e começou a despertar interesse», revela uma fonte próxima do jogador.
Em 2021, o nome de Maxi Araújo foi apontado a FC Porto, Atalanta, Barcelona e Nápoles. Continuando no México, o seu desempenho ao serviço do Toluca valeu-lhe a chamada à seleção do Uruguai, cuja camisola de jogo ofereceu à mãe, em sinal de gratidão.
O salto para o Sporting
Maxi Araújo é tido como uma das esperanças da nova geração do futebol uruguaio, depois da retirada de Cavani e do iminente adeus de Suárez. «Na Copa América, foi um dos criadores do sistema escolhido por Marcelo Bielsa, com a polivalência a ser o seu trunfo», destaca um antigo treinador.
O Sporting antecipou-se na contratação do esquerdino - numa das vendas mais caras do futebol mexicano (€13,6 milhões) -, que, ironicamente, herda a camisola 20 que pertencia a Paulinho, agora a jogar no Toluca. Maxi Araújo chega a Alvalade com a alcunha de 'El Papo', que ganhou quando ainda palmilhava as ruas de Montevideu, tendo sido de 'anjo' (denominação do Puebla) a 'diabo' (apelido do Toluca).