A esperança João Félix e a evolução do futebol moderno

  1. A rábula perdeu força quando todos percebemos que outros treinadores, que não Diego Simeone, produziram em João Félix exatamente o mesmo efeito
  2. Marcelo Bielsa: 'O futebol tem cada vez mais espectadores e é cada vez menos atrativo. Se não garantirmos que o jogo a que as pessoas assistem é agradável, isso beneficiará apenas o negócio. Mas ao negócio só interessa saber quantas pessoas assistem ao jogo'
  3. O futebol que conhecemos nasceu no apaixonante Cruyff, com o objetivo de desenhar sucessivos triângulos no relvado até uma equipa marcar mais golos do que o seu adversário

A rábula perdeu força


A reflexão mais interessante dos últimos tempos sobre o futebol moderno aconteceu na improvável cidade de Paradise, no estado do Nevada, onde a seleção do Uruguai acabara de disputar os quartos de final da Copa América, tendo levado a melhor nos penáltis. Explicou Marcelo Bielsa: «O futebol tem cada vez mais espectadores e é cada vez menos atrativo. Se não garantirmos que o jogo a que as pessoas assistem é agradável, isso beneficiará apenas o negócio. Mas ao negócio só interessa saber quantas pessoas assistem ao jogo.»

A rábula perdeu força quando todos percebemos que outros treinadores, que não Diego Simeone, produziram em João Félix exatamente o mesmo efeito.

O futebol chato e uniformizado de Bielsa


A inspiração que faltou aos jogadores, co-responsáveis por mais um jogo de futebol bastante chato entre o Uruguai e o respetivo adversário, nunca falta a Bielsa quando tem que produzir reflexões de caráter geral sobre o futebol. Há alguns anos que o Bielsa treinador é menos interessante do que o Bielsa comentador de futebol, mas as suas palavras dão gosto ouvir e contêm algumas verdades em que vale a pena pensar, mesmo que em nenhum momento Marcelo Bielsa pareça lembrar-se que foi a evolução deste mesmo modelo económico que o tornou milionário e lhe permitiu ter uma experiência pessoal e profissional, ao serviço do futebol, inalcançável pela maioria das pessoas.

Poderia dizer-se que Bielsa é um revolucionário que opera a mudança a partir de dentro, mas também não é bem verdade. As equipas de Bielsa também correspondem mais vezes ao futebol chato e uniformizado do que o próprio parece ser capaz de admitir.

O futebol que conhecemos nasceu no apaixonante Cruyff


Enquanto membro integrante do primeiro grupo, sinto que devo usar o meu enviesamento natural para discorrer sobre João Félix, jogador agora conhecido como jovem irresponsável e grande culpado pela eliminação de Portugal no Euro-2024. O futebol que conhecemos nasceu no apaixonante Cruyff, com o objetivo de desenhar sucessivos triângulos no relvado até uma equipa marcar mais golos do que o seu adversário. Desde então, a coisa tem evoluído com múltiplos discípulos mais ou menos óbvios, de Guardiola a Klopp, e fez com que o futebol transformasse, gradualmente, jogadores como João Félix em personagens sem pátria técnico-tática, situados entre o génio e o indolente, mas sem direito a serem ambas as coisas.

A morte da possibilidade de ser apenas João Félix


Essa conquista da sociedade foi perdida há algum tempo e, lamento informar, os estádios continuaram cheios e o futebol continuou a crescer. Isso acontece porque o futebol continua a preservar inúmeras formas de ser interessante, seja por via do seu atleticismo, seja por via da propaganda digital que tornou os modelos táticos rígidos da atualidade uma espécie de crescendo musical que já todos sabemos como acaba mas não nos cansamos de ver e dissecar (Guardiola sem Messi, Klopp na idade adulta, Xabi Alonso a cristalizar-se), ou ainda porque esses mesmos modelos aparentemente rígidos também produzem equipas frequentemente avassaladoras e caóticas (vale a pena ouvir os jogadores treinados por Ancelotti).

O que parece ter morrido mesmo foi a possibilidade de alguém, num jogo a sério — daqueles que estão a destruir o futebol, mas que toda a gente vê — ser apenas João Félix. Contra mim falo, que o acho genial mas também irritante. Jogadores como Félix perderam o direito a serem simultaneamente geniais e preguiçosos. A única forma de os tolerarmos é se trabalharem para o coletivo, mesmo que o coletivo nem sempre trabalhe para o indivíduos.

A rábula perdeu força


Tornou-se hábito, nos últimos anos, falar de Diego Simeone como uma espécie de monstro que atrofiou João Félix quase ao ponto da invalidez permanente. A rábula perdeu força quando todos percebemos que outros treinadores produziram em João Félix exatamente o mesmo resultado. Os seus momentos de genialidade são frequentemente definidos como demonstrações cabais daquilo que pessoas como Bielsa dizem faltar ao futebol. Os momentos em que se desliga do jogo, porque nem sempre está para se chatear e a vida é mesmo assim, são aqueles em que sentenciamos Félix a ser só mais uma esperança que sucumbiu perante a sua própria falta de profissionalismo.

Não há escapatória possível


Desengane-se o leitor se acha que eu sei como é que saímos disto. Acho que não há escapatória possível, a não ser que se abdique da vontade de ganhar no futebol atual. Se o leitor tiver uma equipa ou uma seleção favorita, pensará duas vezes antes de aceitar o suicídio competitivo em prol de uma dimensão primordialmente estética. Cederá ao seu instinto mais primário, na versão atualizada, que é o de questionar por que raio João Félix não é melhor a reagir à posse, a bascular, a fazer outra coisa qualquer com nome de procedimento cirúrgico, ou, no fundo, tarefas que antes eram destinadas ao proletariado.

O tipo de futebol que João Félix exibe


O tipo futebol que João Félix exibe meia dúzia de vezes a cada 90 minutos foi possível enquanto tolerámos jogadores que não estavam dispostos a fazer tanto quanto os treinadores lhes pediam, mas que compensavam da única forma que sabiam, muitas vezes tornando o seu antídoto para o aborrecimento durante um jogo de futebol um poder muito superior ao do treinador. E este que se amanhasse perante as evidências. Hoje, confiamos no treinador para domesticar esse atleta até que ele dê menos toques na bola.

Quase ninguém se afastou do jogo


Mas, ao contrário do que diz Bielsa, quase ninguém se afastou do jogo por causa disto. A ideia feita de que as pessoas se estão a afastar da modalidade não tem adesão à realidade. Podem consumi-lo de forma diferente, sim, como Bielsa também afirma. Cientes de que um jogo de futebol tem muitos mais momentos chatos do que emocionantes, optam por ver resumos. E quem somos nós para lhes impor outra experiência, se até nós mais velhos nos aborrecemos de morte com tantos jogos?

O futebol moderno e a identificação


Bielsa argumenta também que, neste processo, se perdeu uma dimensão de identificação de uma nação ou de um clube de futebol. Acho que há múltiplas dimensões que permitem fazê-lo e muitos clubes cujas identidades se renovaram em função de treinadores modernos, mas consigo sentir a sua dor. Só há um pequeno problema. Não conheço benfiquistas nem portugueses suficientes que estejam dispostos a participar numa experiência social em que, ao longo de um ou mais anos, testamos a hipótese de jogarmos sempre mais bonito, mas perdermos quase sempre.

O futebol moderno e o cinismo


Em suma: se o futebol moderno pudesse ser tão lírico como Bielsa o imagina, o selecionador do Uruguai não teria abordado o jogo com um cinismo eficaz que agora lhe permite disputar as meias-finais. Talvez o cinismo seja um traço definidor dos uruguaios e o jogo pelo qual ficou acordado madrugada dentro seja um hino à essência de ser uruguaio com uma bola nos pés, mas tenho as minhas dúvidas. O facto é que até Bielsa sabe que o futebol romântico pelo qual ele suspira é avistado cada vez menos vezes, inclusivamente nas suas equipas, e se tornou uma nota de rodapé.

O caminho a seguir


Só sairemos daqui se o futebol encontrar algo que hoje me parece impossível: uma forma de monetizar a identificação cultural por via da bola no pé, ao estilo de uma Eurovisão em que o último classificado olha sorridente para a câmara, incapaz de ficar triste porque perdeu, mas antes sorridente porque aconteceu. Ou talvez todos protestemos até o futebol se tornar outra coisa qualquer, ou talvez voltemos a apoiar a equipa da nossa aldeia, porque o importante é somente estar com os amigos. Enquanto nada disso acontece, oremos pela evolução da espécie para que permita o aparecimento de uma próxima geração de génios, ao dispor de todos os clubes e treinadores, tão brilhantes que serão capazes de reagir à posse como um operário e encantar como um João Félix.

FC Porto treina com ausências de jogadores convocados para seleções

  1. Diogo Costa, Tiago Djaló, Nehuen Pérez, Stephen Eustáquio, Marko Grujic, Deniz Gul e Samu Aghehowa ausentes por estarem ao serviço das seleções
  2. Vítor Bruno chamou 4 jovens da equipa B e sub-19 do FC Porto: Denis Gutu, Nicolas Damaso, Gabriel Brás e João Teixeira
  3. Iván Marcano realizou «treino integrado condicionado»
  4. Pepê ficou apenas pela sala de tratamento

Amizade entre rivais do Benfica e Sporting na seleção da Dinamarca

  1. Apesar da rivalidade entre Benfica e Sporting, Bah e Hjulmand mantêm uma boa amizade na seleção da Dinamarca
  2. Bah diz que fica «feliz por ver o amigo a brilhar», mas que o seu «coração benfiquista» fica «irritado» com isso
  3. Bah e Hjulmand conseguem «separar o futebol» quando se encontram na seleção
  4. O campeonato português tem recebido muita atenção, não só pela qualidade das equipas, mas também pela mudança de Rúben Amorim para o Manchester United

Grzegorz Mielcarski: Histórias da passagem pelo FC Porto nos anos 90

  1. Grzegorz Mielcarski jogou no FC Porto de 1995 a 1999
  2. Mielcarski foi eleito o melhor jogador do torneio anual da Invicta
  3. FC Porto conquistou a Taça dos Campeões Europeus, o Campeonato do Mundo, a Liga Europa duas vezes e a Supertaça Europeia uma vez
  4. Mielcarski recorda episódio comovente em que jogadores contribuíram para operação da filha de um colega

Análise da derrota do FC Porto perante o Benfica por Luís Gonçalves

  1. Luís Gonçalves, com vários anos de experiência nos escalões de formação, nomeadamente no Sporting, FC Porto, Belenenses e Estoril, esteve presente no Estádio da Luz no último domingo para assistir ao clássico entre Benfica e FC Porto
  2. O Benfica venceu com todo o mérito, fez uma ótima segunda parte, pressionou como um todo
  3. O FC Porto cometeu alguns erros defensivos, sofreu golos... O que, na minha opinião explica o resultado, foi que o meio-campo do Benfica superiorizou-se ao meio-campo do FC Porto
  4. O terceiro golo do Benfica nasceu de uma perda de bola do FC Porto que deu uma transição rápida, com Aursnes a isolar o Di Maria

Sporting nomeia João Pereira como novo treinador, mas ANTF denuncia falta de certificação

  1. A ANTF irá apresentar queixa formal contra a nomeação de João Pereira como treinador do Sporting
  2. João Pereira ainda não concluiu o terceiro nível do curso de treinador, não possuindo a certificação UEFA exigida
  3. Em 2020, a ANTF também se opôs à nomeação de Rúben Amorim como treinador do Sporting, mas este acabou por demonstrar a sua competência
  4. O presidente da ANTF, José Pereira, criticou a «famigerada chicotada psicológica» no futebol português, com 8 treinadores despedidos esta temporada
  5. José Pereira afirmou que os dirigentes, muitos deles estrangeiros, têm dificuldade em compreender as metodologias do futebol português

Ioannidis renova com o Panathinaikos

  1. Ioannidis vai renovar contrato com Panathinaikos
  2. Anúncio da renovação nos primeiros dias de janeiro de 2025
  3. Ioannidis apenas 1 golo em 15 jogos esta época
  4. Ioannidis fez 23 golos e 10 assistências na época passada

Pote afastado até 2025 devido a lesão muscular na coxa

  1. Pote afastado até 2025 devido a lesão muscular na coxa
  2. Médio do Sporting contraiu lesão no jogo com o Sp. Braga (2-4)
  3. «Infelizmente vou ficar de fora até 2025. Agora é trabalhar para voltar mais forte. Vou estar a apoiar desde a bancada. Sempre juntos»
  4. Lesão ocorreu aos 25 minutos do jogo com lançamento de sprint

Treinadores portugueses sob escrutínio: Associação Nacional de Treinadores de Futebol denunciará João Pereira por falta de habilitações

  1. A ANTF irá denunciar João Pereira por não ter as habilitações necessárias para ser treinador do Sporting
  2. José Pereira elogiou o percurso e o sucesso de Rúben Amorim como treinador do Sporting
  3. A ANTF está preocupada com a alta rotatividade de treinadores nos clubes portugueses, em especial no Arouca
  4. José Pereira criticou a falta de competência e de adaptação dos dirigentes estrangeiros no futebol português

Nacional anuncia dispensa de cinco jogadores em janeiro

  1. Rui Alves, presidente do Nacional, anuncia dispensa de 5 jogadores em janeiro
  2. Alves afirma que os jogadores «não contam» e devem «ser honestos» e «seguir a sua vida»
  3. Alves garante que os atletas podem ficar no clube «por razões de dinheiro», mas não vão jogar mais
  4. Apesar das dispensas, Rui Alves assegura que Tiago Margarido continuará como treinador do Nacional