Reflexões sobre os momentos marcantes da época
Em entrevista ao podcast 'Pró-Desporto', Adélio Cândido, um dos adjuntos da equipa técnica liderada por Rúben Amorim, abordou os pontos-chave para o sucesso do Sporting durante a época de 2022/23 e não esqueceu os momentos positivos mas, sobretudo, as fases de menor fulgor dos leões.
Na prática, ao recordar os momentos mais marcantes do trajeto dos verde e brancos nesta época que resultou na conquista do título, o jovem adjunto - 27 anos - apontou algumas derrotas, entre elas o desaire ao cair do pano (1-2) na visita ao Benfica, no campeonato.
O trauma da derrota na Luz
Guardo muito mais os momentos maus do que os bons, ficam mais a remoer. A derrota na Luz foi horrível. Dormi bué mal e durante bué tempo. A derrota na Luz foi dura, porque o jogo esteve na nossa mão durante muito tempo, apontou Adélio Cândido, na entrevista ao podcast, antes de lembrar a eliminação face ao Sp. Braga, nas meias-finais da Allianz Cup, em Leiria:
Quando perdemos a meia-final da Taça da Liga, pensámos como equipa téncnica que era a nossa prova e era especial. Quando caímos com o Sp. Braga, doeu muito, porque podia ter dado de outra forma.
O primeiro título como momento inesquecível
De igual forma, Adélio não esquece os momentos positivos de leão ao peito e, ao puxar a fita atrás até à época de 2020/21, na qual ajudou o Sporting a conquistar o primeiro campeonato nestas últimas quatro épocas, destaca a vitória (1-0) suada diante do Sp. Braga, na Pedreira, com Matheus Nunes a apontar o único golo, num lance estudado com Porro.
O momento de campeão? Celebrei mais este ano do que no primeiro ano. No primeiro ano onde celebrei mesmo foi quando ganhámos em Braga. Estive o jogo todo tranquilo, mesmo depois da expulsão do Inácio, mas quando fizemos o golo, foi sofrer e sofrer. O Rúben estava lá em cima comigo e foi sofrer. Nem me conseguia sentar e tinha vontade de ir à casa de banho. Entrámos no balneário tipo malucos, recordou Adélio, entre risos.
Da formação à equipa principal
Atualmente ao serviço do clube de Alvalade, numa equipa técnica liderada por Rúben Amorim, Adélio não deixa de lado, porém, os primeiros passos que deu na carreira de treino no futebol, sublinhando o marco importante de ter chegado ao Casa Pia numa fase ideal.
Quando estava nos sub-17 do Casa Pia, pedi para fazer um estágio com a equipa A, onde estava o míster Tiago Zorro. Mandei uma mensagem no facebook a pedir naquela só de fazer o estágio e ter o primeiro contacto com seniores. O trabalho nos seniores é muito diferente do que se faz na formação. Comecei a fazer análise e ajudar no vídeo. Aprendi muito com o Tiago Barreiro, aponta, completando depois a trajetória com Amorim ao leme.
O Rúben começa a carreira no Casa Pia, depois seguimos juntos. Fomos para a equipa B do Sp. Braga, depois principal e Sporting. Isso tudo aconteceu muito rápido. Uma pessoa nem se apercebeu, de repente estávamos no Sporting. Foi muito rápido, defendeu.
A importância da confiança entre jogadores e equipa técnica
Quanto ao impacto de jogadores como Gyökeres e Gonçalo Inácio, Adélio destacou a importância da confiança entre jogadores e equipa técnica.
No fim ao cabo, a relação é o mais importante no futebol. Se houver respeito com os jogadores, eles também nos respeitam, deixou claro, dando depois o exemplo de Inácio, que não tinha muito jogo quando o Rúben o foi buscar e cresceu mesmo muito no primeiro meio ano.
Sobre Gyökeres, o adjunto considerou-o a peça que faltava no ataque do Sporting, realçando que deu-nos coisas muito diferentes, é um jogador diferente do normal, fisicalidade e ataque à profundidade. Foi um achado do scouting, gostámos muito quando o vimos. A nossa forma de atacar melhorou mesmo muito com ele.
Adélio não deixou ainda de elogiar outros jogadores-chave da época, como Paulinho, considerando que tivemos um grande plantel esta época e que qualquer jogador no banco podia estar a jogar facilmente.