Chegou ao fim uma época repleta de emoções no futebol português. Com a disputa da final da Taça de Portugal, que coloriu de azul e branco o final da temporada, é altura de fazer o balanço de uma campanha que premiou cada um dos quatro primeiros classificados com um troféu. Chegou também o momento de eleger o onze ideal da Liga NOS 2022/23.
Num modelo clássico de 4-4-2, a escolha recai sobre os elementos que mais se destacaram durante o campeonato, com alguns nomes a surpreenderem e a provarem que o futebol português continua a ser um palco de revelações.
Defesa de Luxo
Na baliza, Diogo Costa foi indiscutivelmente o melhor guarda-redes do campeonato. O número 1 da Seleção Nacional transmitiu sempre confiança e conseguiu disfarçar muitas debilidades da equipa do FC Porto, que, ainda assim, acabou por ser a melhor defesa da Liga, com apenas 27 golos sofridos, menos um que o Benfica e dois que o Sporting.
Na direita, a escolha recai sobre Geny Catamo, talvez a maior revelação da temporada. Rúben Amorim transformou um extremo irregular num lateral desequilibrador - depois de ter feito do médio Pedro Gonçalves o melhor marcador da Liga, os sportinguistas já devem estar a sonhar com mais uma descoberta. No centro da defesa, outro sportinguista, Gonçalo Inácio, um esquerdino sem rival em Portugal e já a pedir outros palcos, faz dupla com Otamendi, que com a sua experiência segurou a defesa de um Benfica sempre desequilibrado - e disso muito se ressentiu o prometedor António Silva. Na esquerda, o lugar é de Nuno Santos, outra adaptação de Amorim que a cada jogo justifica a aposta. Tanto que já muitos questionam o porquê de não estar entre os eleitos de Roberto Martínez.
Meio-Campo de Qualidade
No meio-campo, a posição de médio mais defensivo é de Hjulmand, com licença de Alan Varela, que também impressionou. O dinamarquês chegou quase como um desconhecido e pegou de estaca, sendo um dos que transfigurou o Sporting. À sua frente coloca-se João Neves, um médio ímpar. Daqueles que faz tudo e faz tudo bem. E o mais impressionante é que só tem 19 anos. Na direita, outro benfiquista: Di María. Um «regalo poder vê-lo no futebol português», de onde há muito tinha partido para conquistar o mundo, afirmou um adepto. «É de outra galáxia. Não peçam a um craque para defender...», acrescentou. Para completar o setor, Rafa, que somou 14 golos e 12 assistências apenas no campeonato. Deixa a Luz após, curiosamente, a melhor época da carreira: 22 golos e 15 assistências! Provavelmente, «vai ser daqueles a quem só quando estiver longe lhe vão dar o devido valor», como referiu um comentador.
Ataque Decisivo
Na frente, claro, Gyokeres. O vencedor de A BOLA de Prata, com 29 golos, e o melhor jogador da Liga. «De longe», como sublinhou um jornalista. O sueco «tudo mudou no Sporting. Teve um impacto brutal na equipa e com ele todos melhoraram. Este vai ficar na história como o campeonato do Gyokeres. Não é preciso acrescentar mais nada», completou. Outro avançado escolhido é Jota Silva, pelo trajeto ascendente, pela alma com que joga e pela qualidade que apresenta no Vitória. «Já chegou à Seleção Nacional e não vai ficar por aqui. Não há muitos como ele», afirmou um treinador.