Aconteceu recentemente no Sporting, mas poderia ter acontecido em qualquer outro grande clube de Portugal. Enquanto um comunicado oficial para contestar a arbitragem de um jogo alheio é publicado rapidamente, a denúncia de mais um caso de racismo e xenofobia é negligenciada.
A divulgação das ofensas sofridas por um jogador do Famalicão, na sequência do duelo com o Sporting, surgiu minutos antes de uma contestação pública sobre a condução de uma partida em que os leões nem sequer estavam envolvidos.
É lamentável ver que as prioridades no futebol português estão tão desalinhadas. Enquanto horas e horas são dedicadas à discussão e notas oficiais sobre rivalidades e arbitragem, casos de discriminação recebem apenas um discurso político nas redes sociais e televisão, e, no máximo, algumas faixas de protesto antes do jogo.
Esta falta de sensibilidade e desvio de foco é um reflexo de um problema maior no futebol português. A impunidade diante de acontecimentos preconceituosos é notória, e é inaceitável que multas insignificantes sejam aplicadas em casos graves de racismo e xenofobia.
É hora de repensarmos nossas prioridades no futebol português. O combate ao racismo e à xenofobia deve ser uma preocupação constante, não apenas um assunto tratado superficialmente. É preciso punições severas, conscientização e uma mudança de mentalidade dentro e fora dos gramados para que possamos evoluir como sociedade e como esporte.