Terminada a participação nacional nas competições europeias de clubes no ano civil de 2023, Pedro Proença, presidente da Liga, fez um balanço positivo, assinalando que mantemos «quatro equipas nas provas da UEFA», e relevando que somos, «excetuando as Big Five, o país com mais clubes nas provas europeias». No entanto, é importante notar que Portugal ocupou apenas a 11.ª posição entre os 54 países concorrentes, tanto na fase de grupos como nas pré-eliminatórias qualificativas. Este resultado reflete a ausência total de equipas portuguesas na Liga Conferência, demonstrando a falta de competitividade internacional das equipas abaixo do quarto lugar no campeonato português.
Para melhorar a competitividade internacional, é necessário investir na ressurreição da classe média do nosso futebol e requalificar os quadros competitivos. A venda centralizada dos direitos televisivos pode ser uma solução, mas já se percebeu que chegará tarde demais para ter o impacto desejado. É fundamental que os clubes e a Liga Portugal trabalhem em conjunto para melhorar a competitividade internacional das equipas portuguesas.
Pedro Proença levanta a questão da desigualdade fiscal entre os países, que penaliza os clubes portugueses. Embora seja um problema real, não há condições políticas para uma suavização das taxas. É necessário que os futuros governantes reconsiderem esta questão e criem condições para o sucesso das equipas portuguesas no cenário europeu.
Em suma, é fundamental refletir sobre o caminho que estamos a seguir. Como seria se tivéssemos as mesmas condições que outros países têm? E se formatássemos as competições de acordo com o nosso valor real? É tempo de repensar estratégias e trabalhar em conjunto para elevar o nível competitivo das equipas portuguesas no âmbito europeu.