O confronto da terceira eliminatória da Taça de Portugal entre Fafe e Moreirense não ficou marcado apenas pelo resultado inesperado, mas também pelas profundas reflexões dos treinadores Vasco Botelho da Costa e Mário Ferreira, que deram importantes lições sobre a mentalidade e motivação na vitória do Fafe.
Ambos os treinadores analisaram o jogo em termos de atitude, controlo emocional e capacidade de lutar até ao fim, fatores que, segundo eles, foram decisivos para o desfecho da partida.
Vontade de vencer determinante para Moreirense
Vasco Botelho da Costa, técnico do Moreirense, sublinhou que a vontade de vencer foi o fator-chave na derrota da sua equipa: “Foi um jogo equilibrado do princípio ao fim, nós em nenhum momento do jogo conseguimos fazer a diferença, principalmente do ponto de vista ofensivo, que era a expectativa. Acabou por ser um jogo disputado, decidido numa bola parada.”
O treinador explicou ainda que a equipa se acomodou à ideia de que iria marcar, perdendo agressividade e concentração: “Pelo contrário, o Fafe começou a acreditar mais. E, antes de pensarmos na parte tática, temos de perceber que se não quisermos mais ganhar o jogo do que o adversário, não vamos ter sucesso.”
Reflexão sobre a mentalidade da equipa
Vasco Botelho da Costa assumiu a responsabilidade pela derrota e destacou a importância da preparação mental: “Não se trata de desvalorizar. Foi daqui que eu vim, desta realidade. Os jogadores estavam mais do que avisados. Tem a ver com a disponibilidade mental em função do que ia acontecendo no jogo.”
“Entrámos ligados, mas acabámos por baixar os índices de agressividade e concentração e, com isso, o Fafe foi tendo confiança. Um bom banho de humildade para todos nós, a começar pelo treinador. Temos de lembrar-nos deste dia até ao final da época.”
A influência da arbitragem no jogo
Sobre a arbitragem, Vasco Botelho da Costa referiu uma condicionante importante: “Eu conheço o Ricardo Baixinho, é um árbitro pouco condescendente e senti que, a partir do momento em que o Benny tinha amarelo naquelas condições, podia ser expulso a qualquer momento. Fomos condicionados, responsabilidade nossa.”
Estado atual e balanço da equipa
Quanto ao momento do Moreirense, o treinador reconheceu a má fase, mas manteve a visão crítica e construtiva: “Estamos com duas derrotas seguidas, o que é negativo. Foi um jogo fraco, temos de assumi-lo. O futebol é o jogo em que duas forças lutam e quem tem a atitude certa e domina os duelos consegue a vitória.”
“Não fizemos o mais importante: ter a atitude certa para fazer a diferença.”
Fé e resiliência do Fafe
Mário Ferreira, treinador do Fafe, salientou a crença da equipa como fundamental para o triunfo: “O segredo esteve muito no acreditar. Jogo complicado, a meteorologia não ajudou, mas acreditámos que era possível.”
“A nossa equipa foi crescendo no jogo e o Moreirense foi diminuindo a expectativa. Conseguimos chegar à vantagem e controlar o jogo.”
Preparação e objetivos do Fafe
Sobre a preparação para o encontro, Mário Ferreira disse: “Não há receita. Estes jogadores têm qualidade para este tipo de situações. Estávamos preparados para tudo: controlar o jogo quando fosse possível e lidar com a pressão ofensiva do adversário.”
Quanto aos objetivos, acrescentou: “O nosso objetivo é dia a dia, jogo a jogo. Podemos competir contra qualquer adversário, seja da primeira ou segunda Liga.”
Orgulho, vontade e destaque na baliza
O técnico do Fafe realçou a importância do orgulho e da vontade de vencer: “Os jogadores têm de ter orgulho, seja pelos três pontos ou pelo trabalho feito durante os 90 minutos.”
Quanto à exibição individual, destacou João Gonçalo na baliza: “Excelente. Chegou há pouco tempo, assimilou as ideias, e fez uma partida muito boa.”