O Moreirense Futebol Clube prepara-se para uma Assembleia Geral extraordinária decisiva no dia 31 de maio, onde os sócios votarão a proposta de venda da maioria da sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD) ao Black Knight Football Club. Liderado pelo empresário norte-americano Bill Foley, o grupo já detém participações em vários clubes internacionais, incluindo o Bournemouth da Premier League.
A alienação proposta varia entre 62,5% e 70% do capital social, refletindo não só a venda de ações existentes, mas também a possibilidade de o Black Knight Football Club realizar aumentos de capital futuros sem acompanhamento pelo Moreirense. Esta medida visa atrair investimento significativo e reforçar a estabilidade financeira do clube vimaranense, com a reunião agendada para as 14h00 no auditório do Centro Pastoral de Moreira de Cónegos.
A Proposta de Venda e o Grupo Investidor
A oferta do Black Knight Football Club abrange uma participação maioritária na SAD do Moreirense, que, desde a sua criação em 2013, tem o capital social de um milhão de euros dividido entre o clube (75%) e acionistas minoritários (25%). O grupo de Bill Foley possui um portfólio desportivo diversificado, com investimentos no Bournemouth, Auckland FC, Lorient e Hibernian.
A estrutura da proposta, permitindo aumentos de capital não acompanhados, sublinha a intenção do Black Knight de solidificar a sua posição e injetar capital no clube. Esta estratégia é vista como essencial para potenciar o crescimento e a competitividade do Moreirense na I Liga portuguesa.
Impacto nas Infraestruturas e Património
Para além da vertente acionista, a Assembleia Geral deliberará sobre pontos cruciais para o futuro do Moreirense. Um dos destaques é a autorização para a assinatura de um contrato de arrendamento de 30 anos dos terrenos do Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas e da sua academia.
Esta medida está intrinsecamente ligada ao ambicioso projeto de expansão da 'vila desportiva', que prevê um investimento superior a sete milhões de euros. As novas infraestruturas incluirão ginásios, auditórios e dormitórios para até 60 jovens atletas, evidenciando um forte compromisso com a formação e a melhoria das condições de trabalho do clube.
Cláusula de Não Alienação e Futuro
Outro ponto fundamental em discussão será a criação de uma cláusula de 'não alienação' para todos os imóveis do clube, com um prazo mínimo de 30 anos. Esta salvaguarda visa proteger os ativos do Moreirense, garantindo a sua permanência e contribuindo para a sustentabilidade e continuidade a longo prazo.
Se as propostas forem aprovadas, o presidente da direção, Vítor Magalhães, ficará responsável pela formalização de todos os contratos necessários. A potencial venda da SAD representa uma mudança estrutural para o Moreirense, abrindo perspetivas de desenvolvimento e reforçando a ambição de aumentar a competitividade na principal liga de futebol portuguesa.