O futebol português é conhecido por algumas características muito próprias, como as quedas, as perdas de tempo e os protestos. No entanto, também se destaca pela excelente organização das equipas e pelos treinadores de topo que possui.
Este domingo, o jogo entre o Moreirense e o Farense foi um bom exemplo disso. As duas equipas mostraram-se bem treinadas e preparadas, com os jogadores a cumprirem as indicações dos respetivos técnicos na maior parte do tempo. No entanto, o grande problema deste encontro, do ponto de vista do adepto e do espetáculo, foi a falta de "arte" e de qualidade individual sempre que surgia uma oportunidade de criar perigo.
Moreirense dominador, Farense expectante
O Moreirense foi a equipa mais dominadora, pois assim o quis ser. Já o Farense adotou uma postura mais expectante, especialmente depois de perceber que a sua linha de cinco defesas estava a ser demasiado sólida para a falta de inspiração do adversário. Essa falta de inspiração (de ambas as equipas) fez com que o perigo nos primeiros 45 minutos surgisse apenas nas bolas paradas, com a exceção de um remate de fora da área de Gabrielzinho.
Destaque para uma oportunidade flagrante desperdiçada por Rúben Ismael, do Moreirense, que falhou um golo quase feito, ao aparecer completamente sozinho no segundo poste.
Lances a destacar na segunda parte
Na segunda parte, houve dois lances que mereceram ser realçados. Primeiro, no melhor momento do jogo, Pedro Santos surgiu isolado perante o guarda-redes Ricardo Velho, mas não conseguiu marcar (este lance motivou a marcação de uma grande penalidade, que viria a ser revertida após consulta do VAR). O outro lance aconteceu na outra área, podendo ser considerado o "poster" deste jogo: Alex Millán, com todo o espaço do mundo, rematou de cabeça e a bola acabou por ficar para trás.
O empate a zero acaba por ser um resultado justo e que certamente agrada mais ao Farense, apesar de os algarvios continuarem nos lugares de despromoção. O Moreirense perdeu a oportunidade de pressionar o seu vizinho na tabela classificativa, mas a falta de qualidade individual acabou por ser determinante.