Dennis da Cruz, subintendente da PSP, revelou em tribunal pormenores cruciais sobre a Operação Pretoriano, que investiga o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira. As declarações, feitas no Tribunal de São João Novo, destacam o alegado papel de Madureira na promoção de atos ilícitos e um clima de medo no FC Porto.
O processo, que visa restabelecer a democracia no clube, expôs a ligação entre Madureira e os incidentes que antecederam a Assembleia Geral de 13 de novembro, marcada por tensões e ameaças. A investigação teve um impacto significativo, inclusive na vida pessoal de Dennis da Cruz, que se viu limitado em sua liberdade por questões de segurança.
Fontes confidenciais e mensagens reveladoras
Um dos aspetos mais surpreendentes do depoimento foi a confirmação de que a PSP utiliza informadores dentro dos Super Dragões. “Nós tínhamos informadores dentro dos Super Dragões e temos”, afirmou Dennis da Cruz, indicando um monitoramento contínuo das atividades do grupo.
O subintendente também mencionou mensagens enviadas por Fernando Madureira no dia anterior à Assembleia Geral. “Do dia 12 só me lembro do Fernando Madureira mandar mensagens a dizer 'leva tudo nos cornos' e referia-se à assembleia”, recordou Dennis da Cruz.
Impacto da investigação e clima de medo
A investigação da Operação Pretoriano teve um impacto profundo, não apenas no FC Porto, mas também na vida pessoal de Dennis da Cruz. “Nos meses seguintes, por razões de segurança, estava limitado na minha liberdade”, revelou o subintendente.
Dennis da Cruz descreveu um ambiente de intimidação no clube, onde apoiantes de André Villas-Boas eram alvo de vigilância. “Havia informação de que arguidos deste processo estavam a anotar os apoiantes de André Villas-Boas e passavam informação em grupos dos Super Dragões”, explicou. O subintendente mencionou ainda a existência de “um mundo paralelo nas redes sociais”, onde a Assembleia Geral era comparada a “umas primárias”.