O candidato à presidência do Vitória de Guimarães, Luís Cirilo Carvalho, prometeu esta terça-feira realizar uma auditoria profunda no clube caso seja eleito. Cirilo criticou duramente a atual direção, liderada por António Miguel Cardoso, e considerou "não normal" a recente contratação do médio Beni Mukendi, proveniente do Casa Pia.
Em conferência de imprensa, Luís Cirilo Carvalho, que lidera a lista A às eleições marcadas para 1 de março, alertou para "números preocupantes" na vertente financeira do Vitória. Segundo o candidato, o rumo atual pode levar os associados a confrontarem-se com "o risco de venda da maioria do capital da SAD", da qual o clube detém 67,87% das ações.
Críticas à atual direção
Os associados não gostariam de ser confrontados com um encostar à parede. Se continuarmos com estes dirigentes, corremos o risco de vender a maioria do capital da SAD a um investidor qualquer ou a SAD não tem viabilidade financeira. Se assim for, diremos adeus a 102 anos de Vitória como o conhecemos, alertou Cirilo.
Para ilustrar as suas críticas, o candidato recordou a contratação de Beni Mukendi, médio internacional angolano, por três milhões de euros ao Casa Pia. Cirilo relacionou esta transferência com um empréstimo financeiro concedido ao Vitória por uma "sociedade" ligada à SDUQ dos gansos, detida pelo norte-americano Robert Platek.
Não é normal que o Vitória contraia empréstimos junto de sociedades que lhe vendem jogadores. A sociedade que tem a maior parte do Casa Pia emprestou dinheiro ao Vitória com 11% de juros. Não é normal o Vitória pagar três milhões de euros para contratar um jogador de valor desconhecido, para uma posição que não necessita, frisou.
Propostas da candidatura
Além da prometida auditoria, a candidata à vice-presidência para a área financeira, Cristina Cepa, comprometeu-se a destinar pelo menos 10% do valor líquido de cada transferência para o abate de um passivo consolidado que, em 30 de junho de 2024, era de 72 milhões de euros.
Quanto ao futebol, a candidatura de Luís Cirilo Carvalho promete contratar um diretor desportivo "familiarizado com a cultura do clube", conduzir a equipa B à II Liga, a equipa feminina ao campeonato principal e ponderar o regresso da equipa sub-23, extinta pela direção em funções após a época 2021/22. O candidato quer ainda definir um local para a nova academia de futebol, "iniciar as diligências" para um museu do clube, aumentar a cobertura das bancadas do Estádio D. Afonso Henriques e concluir as obras do miniestádio na academia existente.