O treinador brasileiro Paulo Turra, que esteve à frente do Vitória de Guimarães por pouco mais de um mês, fez um balanço positivo do seu trabalho no clube minhoto. Apesar da curta passagem, Turra destacou a importância das mudanças implementadas durante o seu período no comando técnico.
«Tinha um contrato de duas épocas e apenas fiz 42 dias, mas sinceramente penso que o trabalho foi bem feito. Aqueles que deram sequência ao trabalho feito pelo nosso staff sabem que trabalhámos bem. Deixámos o clube em 5.º lugar e continua lá. Alguns jogadores melhoraram graças ao meu tempo lá. Também mudei o padrão de jogo e o novo treinador ainda o utiliza. Fiz a minha parte do trabalho», afirmou Turra em entrevista ao portal francês Trivela.
O técnico explicou os desafios enfrentados no Vitória de Guimarães, destacando a necessidade de reorganizar a equipa em meio à temporada.
«Quando cheguei ao clube, sabia que tinha um grande trabalho para fazer, porque tínhamos de fazer a pré-época durante a temporada. Todo o clube pode confirmar que a equipa não fez a pré-época como deveria ter feito. Tive de conhecer cada jogador individualmente, enquanto fazia a pré-época durante a temporada, porque já íamos na terceira jornada do campeonato. Também alterei o modelo de jogo, que não era o meu favorito. A equipa usava um 5-3-2 e tive de mudar algumas coisas para implementar um 3-4-3. Tudo isto em apenas alguns dias e semanas», explicou Turra.
Apesar da falta de tempo para implementar todas as suas ideias, o treinador acredita que o seu trabalho foi bem feito.
«A dificuldade para mim foi combinar esta preparação física a ser feita durante a época com a implementação das minhas ideias de jogo. Tive de fazer as duas coisas ao mesmo tempo, num curto espaço de tempo. Quando acelerei a nível tático e fui capaz de colocar as minhas ideias em vigor, explicando à equipa como queria que atacassem e defendessem, o presidente tomou a decisão de me despedir. Respeito a sua decisão, mas continuo a achar que o trabalho foi bem feito», frisou Turra.
Progresso dos Jogadores
Paulo Turra também destacou o progresso de alguns jogadores do Vitória de Guimarães, como Jota Silva e André Silva. Sobre Tomás Händel, o treinador teceu fortes elogios, comparando-o a Fernando Redondo:
«Não tenho problemas em dizer que o seu tempo no Vitória vai acabar em breve. Ele merece chegar ainda mais alto, porque teve um progresso enorme. Trabalhei muito com ele para o fazer perceber que podia ter mais presença no meio-campo adversário. Ele tem muitas qualidades. Um médio jovem, esquerdino, intenso no que faz... é um jogador verdadeiramente espetacular. Faz-me lembrar Fernando Redondo. Têm semelhanças na forma de jogar.», concluiu Turra.