André Narciso, árbitro da Associação de Futebol de Setúbal, dirigiu o encontro entre o Gil Vicente e o Sporting, que se disputou no Estádio Cidade de Barcelos. O juiz contou com a colaboração à distância de Luís Ferreira, que desempenhou a função de videoárbitro.
Segue-se uma análise técnica aos lances mais relevantes do encontro.
Lances polémicos
No minuto 10, uma bola cabeceada de forma acrobática por Viktor Gyokeres, do Sporting, bateu no tronco/peito de Gbane, defesa do Gil Vicente. «A interceção do defesa costa-marfinense foi legal, tal como o foi a posição do avançado sueco», afirmou o analista, considerando «boa a decisão na área dos visitados».
Já aos 28 minutos, o árbitro «identificou o momento certo para exibir o primeiro cartão amarelo da partida», uma vez que «Santi entrou de forma negligente sobre Hjulmand, pisando o pé direito do dinamarquês de forma evidente».
Aplicação da vantagem
No minuto 39, «André Narciso aplicou bem a vantagem (no caso, para a equipa lisboeta), permitindo que esta iniciasse saída prometedora após Gyokeres sofrer infração imprudente na zona intermediária».
Lances sem infração
Aos 43 minutos, «Mboula fez movimento na direção de Debast, procurando e promovendo contacto, antes de cair dentro da área do Sporting. O lateral belga não cometeu infração passível de pontapé de penálti. Avaliação correta da equipa de arbitragem», considerou o analista.
Já aos 55 minutos, «Viktor Gyokeres passou por Gbane, em lance com contacto de braços aceitável. Já na frente, o avançado do Sporting terá sentido (?) toque muito ligeiro no seu pé esquerdo, caindo depois de forma francamente desproporcional. Não houve a mínima relação entre toque e queda, ou melhor, houve toque a menos e queda a mais. Em lance subjetivo, concordamos com a decisão do árbitro da partida ao nada assinalar.»
Cartões amarelos justos
No minuto 56, «cartão amarelo bem exibido a Matheus Reis após entrada negligente sobre Zé Carlos. Decisão correta.»
Aos 58 minutos, «Houve um choque joelho com joelho entre Gbane e Matheus Reis, quando ambos procuravam a bola, movimentando-se em sentido contrário. Não houve infração de nenhum dos dois jogadores, logo não houve motivo para segunda advertência ao lateral do Sporting. Bem o árbitro.»
Já aos 63 minutos, «Mboula pontapeou a bola com o jogo já interrompido, não gerindo da melhor forma a sua frustração momentânea. A atitude irrefletida do avançado espanhol foi bem sancionada com advertência.»
Penálti bem anulado
No minuto 78, «André Narciso equivocou-se ao assinalar de imediato pontapé de penálti que, na verdade, não existiu. Esteve muito bem o VAR ao recomendar revisão da decisão.»
«O "problema" aqui foi a ausência do tal compasso de espera que a sensatez sugere que os árbitros tenham neste tipo de jogadas. Não se trata de assumir a aplicação da vantagem (não deve acontecer em pontapés de penálti), mas apenas um retardar do apito, o esperar mais um pouco, só para perceber o desfecho do lance. Como se dizia na escola "penálti sobre golo, é golo". A vontade em tomar a melhor decisão originou essa precipitação.»
«É no entanto justo sublinhar dois aspetos. Primeiro é muito difícil "ver" um penálti e não ter a tentação de assinalá-lo de imediato. Segundo, a verdade é que após ouvirem o apito, defesas e guarda-redes do Gil Vicente abdicaram logo da jogada, que entretanto terminou com a bola dentro da baliza de Andrew.»
Outras decisões corretas
Aos 90+4 minutos, «quando uma bola toca no árbitro e sai diretamente do terreno de jogo, nunca pode haver lugar ao lançamento de bola ao solo. O jogo tem que recomeçar em conformidade (com pontapé de baliza, de canto ou lançamento lateral).»
Já nos últimos segundos do jogo, «Geny Catamo foi derrubado de forma negligente por entrada em tacle de Rúben Fernandes. Foi justo o cartão amarelo exibido ao capitão dos visitados.»