Estreia vitoriosa em casa
No regresso do futebol da I Liga a Barcelos, o Gil Vicente somou o primeiro triunfo da temporada. Num final de tarde de agosto ameno - a destoar com o calor sentido durante o dia -, muita gente afluiu em peso ao anfiteatro dos galos para ver a exibição de gala de Fujimoto e a consequente vitória dos barcelenses com direito a reviravolta, diante do Aves (4-2).
Arranque tímido dos gilistas
Após a derrota no Estádio do Dragão e face à estreia de Bruno Pinheiro no banco, a expetativa de ver mudanças saiu gorada pelo novo homem forte dos gilistas. Praticamente com o mesmo onze da primeira ronda, apenas a inclusão de Kazu no lugar do castigo Sandro Cruz alterou o figurino. Na formação avense, Vítor Campelos - de volta a uma casa que bem conhece - jogou pelo seguro e também apostou na repetição do onze que empatou contra o Nacional.
A viver uma fase de adaptação à nova realidade técnica e com alguns reforços à procura da melhor envolvência aos companheiros, o Gil Vicente viveu uma meia hora inicial apática e de dificuldades impostas pelos visitantes. Mais pressionante e capaz de ganhar o meio-campo, a formação recém-promovida acumulou ocasiões de sobra para se adiantar no marcador.
Aves em vantagem, mas Gil reage
Samuel Granada e Gabriel Mercado - na mesma jogada, logo a abrir - causaram o primeiro sobressalto, deixando no ar o caos à espreita para Andrew. De seguida, o remate atrevido de Félix Correia parecia equilibrar os acontecimentos, mas tal não se verificou, pelo menos no imediato. Capaz de esboçar perigo através de (escassos) contragolpes, o Gil não melhorou e, à passagem da meia hora, encaixou o 0-1. Mercado cruzou de pé calibrado à direita e Kiki Afonso - que bem se foi projetando no ataque - mostrou ao mais perspicaz dos pontas de lanças como se faz.
Antes disso, já Lucas Piázon tinha obrigado Andrew a uma defesa apertada no culminar de várias aproximações perigosas e sintomáticas do filme de jogo. Um sinal claro que o Gil teria que mudar de postura.
A desvantagem fez soar os alarmes em definitivo, os galos seguiram, como nunca até aqui, destemidos para o último terço e o resultado mexeu logo a seguir. Recuperação em zona alta a sobrar para a melhor definição de Tidjany Touré que, ao ver a desmarcação de Aguirre, serviu o espanhol para a estreia absoluta a marcar.
Embalados pelo entusiasmo vindo das bancadas, os minhotos mantiveram a toada e consumaram a reviravolta: pelo buraco da agulha, Fujimoto encontrou espaço para enganar Simão Bertelli e anular a excelente meia hora protagonizada pelos forasteiros. Contudo, a escassos instantes do intervalo, o Aves deixou tudo na estava zero. Oportuno ao segundo poste, Nenê restabeleceu a igualdade e colocou um ponto final a um último quarto de hora de loucos.
Fujimoto brilha na segunda parte
No reatar, a formação gilista entrou melhor, sendo capaz de reter o Aves quase exclusivamente no seu meio-campo defensivo. Ainda assim, as ocasiões não abundaram ao ritmo do primeiro tempo, com a expulsão de Samuel Granada a adensar ainda mais os problemas dos visitantes.
Maxime Domínguez ficou perto de um golo de levantar o estádio, Aguirre ficou perto do bis, mas a alternância entre o jogo interior e a largura no ataque gilista não resultou até que uma incursão em plena área avense resultou na grande penalidade cometida por mão na bola de Jorge Teixeira.
Na conversão e perante um estádio inteiro em suspense, Fujimoto mostrou sangue frio e recolocou a sua equipa na dianteira. Descompensada para os últimos minutos, a equipa do Aves ainda viria a sofrer o quarto golo, novamente, apontado pelo criativo nipónico após grande passe de Kazu.
Destaque para Fujimoto e Mory Gbane
Com esta vitória por 4-2 na receção ao Aves SAD, o Gil Vicente não só conquistou os primeiros três pontos na Liga, mas também entregou um espetáculo memorável aos seus adeptos, com Fujimoto a brilhar no papel de ator principal. O médio japonês foi a «figura do encontro ao marcar três dos quatro golos do Gil Vicente, incluindo um de grande penalidade, e ainda esteve no centro do lance que resultou na expulsão de Samuel Granada. «Com a sua exibição de classe, o número 10 reafirmou a sua importância vital para a equipa. Sem ele, o coração do Gil Vicente parece perder o ritmo», destacou a crónica.
Mory Gbane também foi crucial ao controlar a intensidade do Aves SAD, limitando as suas investidas. As substituições de Yaya e Josué mostraram-se acertadas, trazendo a energia necessária e ajustando a dinâmica da equipa, conforme a estratégia de Bruno Pinheiro, e ajudaram a garantir a vitória na última meia hora de jogo.