O selecionador angolano, Pedro Soares Gonçalves, mostrou-se satisfeito após a conquista da Taça COSAFA por parte dos Palancas Negras, que venceram a Namíbia por 5-0 na final da prova disputada na África do Sul.
«Realmente, o que me invade é um sentimento bom depois de tantas horas de trabalho e tanta resiliência perante as adversidades. Esta conquista cimenta a visibilidade da seleção depois do feito histórico que alcançámos no último CAN, no qual chegámos aos quartos de final. Fazem-nos acreditar nas ideias que lançámos quando abraçámos este projeto», começou por dizer o técnico português de 48 anos.
Angola acredita no seu potencial
Gonçalves está convencido de que Angola, no contexto do futebol africano, pode chegar mais além do que tem acontecido até aqui. «No fundo, o Campeonato Africano das Nações foi um boost e a prova de que existe muito potencial em Angola e muitos jogadores angolanos de qualidade espalhados pelo mundo fora. Se todos remarmos para o mesmo lado, Angola terá capacidade para ombrear com os melhores de África», sublinhou.
Para chegar ao triunfo que fugia há 20 anos, ou seja, desde 2004, Pedro Gonçalves apostou num grupo constituído por jogadores que se estreavam pela seleção ou que tinham muito poucos jogos pela mesma. «Serviu para ganharem estofo e veio enriquecer a bolsa de jogadores de selecionáveis», explicou.
Jovens Palancas Negras impressionam
O 5-0 aplicado à Namíbia não foi, segundo o técnico, um resultado enganador. «Saiu-nos tudo bem e a vitória até poderia ter sido mais expressiva perante um adversário frente ao qual empatámos 0-0 na fase de grupos mas que neste encontro claudicou. Os jovens demonstraram uma evolução tremenda durante a prova», garantiu.
Pedro Gonçalves igualou o registo de vitórias (24) de Oliveira Gonçalves, um nome mítico à frente do selecionado angolano. «Quero acreditar que vou bater essa marca, porque só falta um triunfo. É um motivo de satisfação, claro. Sou português com muito orgulho mas com as vivências em Angola, onde estou há quase dez anos, cinco dos quais à frente da seleção, também já me sinto angolano. Quero contribuir para uma maior aproximação entre Portugal e Angola», concluiu.