O FC Porto prepara-se para o embate decisivo da quinta jornada da Liga Europa com um ambiente de grande otimismo, sobretudo após o regresso de jogadores fundamentais como Jan Bednarek e Victor Froholdt. O treinador Francesco Farioli enfatizou a importância destes retornos para a preparação da equipa e para o equilíbrio do plantel na reta final das competições em que estão envolvidos.
Para além de fortalecer o grupo, Farioli comenta sobre a capacidade de adaptação da equipa, a gestão física num calendário apertado e as expectativas para o jogo contra o Nice. A filosofia do treinador e o foco dos jogadores revelam uma equipa focada, profissional e preparada para os desafios que aí vêm.
Regressos importantes no plantel
Francesco Farioli destacou o impacto dos jogadores que voltaram recentemente aos treinos. “É bom ter os jogadores de volta. Os últimos dez dias foram muito positivos porque, além do Nehuén, recuperámos o Luke [de Jong], o Victor [Froholdt] e o Jan [Bednarek]. Portanto, é realmente importante para o jogo de amanhã, importante para o nível da sessão de treino e importante para o grupo continuar a avançar com toda a gente envolvida e pronta para ajudar”, explicou o técnico italiano.
Identidade e adaptação ao jogo
O treinador sublinhou a importância de manter a identidade da equipa em qualquer competição. “Pelo nosso ponto de vista, quando falamos sobre identidade, queremos ser a mesma equipa contra todos os adversários, seja no campeonato ou na Liga Europa. Às vezes, o jogo muda e nós também temos de mudar. Não é só o que queremos no jogo, o adversário também joga. A equipa tem a capacidade para se adaptar a cada cenário e de ler o jogo. Não é adaptar o estilo, mas sim aos momentos do jogo.”
Gestão do calendário e preparação física
Sobre a frequência de jogos, Farioli destacou a importância da recuperação e da disciplina fora do campo. “Temos de jogar a cada três dias e adaptar o calendário para treinar, recuperar e procurar estar sempre bem. Nestes momentos, o treino invisível é muito importante, da forma como comemos, dormimos, como recuperamos entre treinos e jogos. Estas coisas fazem a diferença. Estou contente pelo nível de profissionalismo de toda a equipa. Não há muitos segredos para se atingir o sucesso. A palavra-chave é trabalho.”
Análise ao adversário: Nice
Farioli elogiou a qualidade da equipa francesa, apesar do momento menos positivo que atravessa esta época. “Analisámos os adversários, damos-lhes o respeito que merecem. Nice é uma equipa muito boa, orientada por um dos melhores treinadores franceses da última década. Teve um período incrível no Lens, em que quase venceu uma Liga ao PSG (em 2023). Esta época, vive um momento de dificuldade, mas é apenas um momento. O jogo de amanhã vai ser muito físico, frente a uma equipa que defende sempre homem a homem. Vai ter muitos duelos e transições. Vai ser um jogo aberto entre duas equipas que querem vencer o jogo.”
Filosofia de jogo e expectativa para o confronto
O técnico realçou a consistência tática do Nice e a expectativa de um jogo exigente de ambas as partes. “A equipa vai jogar da mesma forma, têm o mesmo estilo. Espero uma pressão alta por parte das duas equipas. Na primeira parte [da derrota pesada frente ao Marselha] podiam ter marcado dois ou três golos. É normal que tenham permitido algumas situações. Mas não acredito que a derrota mude a forma deles jogarem.”
Perspetiva do avançado Samu
Samu rejeita a ideia de favoritismos e reforça o foco no desempenho da equipa. “Isso de favoritismos são coisas da imprensa. Quando entramos em campo é sempre 50-50. Nós vamos fazer o nosso jogo, independentemente dos pontos que o adversário tem. Sabemos que eles estão num momento difícil, mas vêm ao Dragão e temos a máxima confiança de que vamos fazer um bom resultado.”
Formação e gestão do plantel
Farioli valorizou a aposta na formação e a integração dos jovens talentos no plantel principal. “É uma grande oportunidade de viverem uma grande experiência, e espero que possam vencer o título. É muito importante termos lá 5 jogadores nossos, e que têm sido dos mais utilizados. Estamos a seguir a sua progressão, dois deles já treinam com a primeira equipa.”
Quanto a opções táticas, o treinador falou da possibilidade de jogar com Veiga e Mora, focando-se sobretudo em garantir vitórias. “Há a possibilidade, já existia antes do último jogo. É necessário encontrar o momento ideal. O mais importante é a equipa competir e ganhar partidas. O espírito é esse. O Samu já viu dois cartões por celebrar golos do Deniz Gul e do Luuk de Jong. Temos que ter esse espírito, sem os cartões amarelos [risos]. O Gabri e o Rodrigo representam o que quero para a equipa. Contudo, a equipa está à frente de tudo.”
Quanto ao calendário apertado em janeiro, Farioli sublinha o desafio que representa para jogadores e equipa técnica manter a qualidade e a regularidade. “É o desafio de todos os jogadores e treinadores de grandes equipas, porque, quando jogas esses jogos. Nas próximas semanas, temos a possibilidade de fazer entre 30 a 32 jogos, se fizermos bem o nosso trabalho, ou seja, teremos de jogar a cada dois ou três dias. Por isso é que, neste momento, se tornou ainda mais importante aquilo a que eu chamava treino invisível, ou seja, coisas que não dizem respeito ao relvado, mas que estão à volta. Como comemos, dormimos, recuperamos, as reuniões... Tudo isto vai fazer a diferença, por isso é que fico muito satisfeito com o nível da equipa, com o profissionalismo de todos, porque não há muito segredos para nos aproximarmos do sucesso. Para mim, a palavra chave é 'trabalho' mais do que os outros, ou, se possível, melhor do que os outros, para colocar os padrões o mais elevado possível.”