A recente troca de declarações entre André Villas-Boas, presidente do FC Porto, e António Miguel Cardoso, presidente do Vitória de Guimarães, revelou a intensificação das rivalidades no futebol português. Villas-Boas, na abertura do Dia do Clube, expressou a ambição do FC Porto, destacando: “Já sofremos o suficiente na época passada, temos ambições renovadas, investimos muito na equipa e temos um treinador que sabe o que é o FC Porto, o que é a relação carnal dos adeptos com o clube, o que são os valores do FC Porto.” Esta afirmação reflete a necessidade do Porto de se restabelecer depois de uma temporada difícil e de recuperar a confiança dos seus adeptos.
Além de Minas Gerais, Villas-Boas também fez questão de mencionar as homenagens a Pinto da Costa, apelando aos sócios para visitarem o memorial: “O número de objetos e de homenagens foi enorme e o que está lá em baixo representará 20%. Muitas das mensagens que lá estão vão tocar-vos profundamente. O memorial tornou-se cada vez mais bonito e cada vez mais sentimental, porque as pessoas já não deixavam só do seu cachecol, deixavam mensagens com muito valor simbólico.” Isso demonstra um desejo de unir os adeptos em torno da história e da identidade do clube.
Reacção do Vitória de Guimarães
Por outro lado, o Vitória de Guimarães sentiu-se incomodado com as declarações de Villas-Boas. Em resposta, a direção vimaranense emitiu um comunicado, onde expressou o seu desagrado: “O senhor presidente do FC Porto, André Villas-Boas, resolveu especular nesta sexta-feira, no Portugal Football Summit, sobre o risco de os investidores das sociedades desportivas dos clubes portugueses anteciparem a receita dos direitos televisivos, já num futuro contexto de centralização, citando a esse respeito o Vitória Sport Clube.” Essa acusação não caiu bem entre os vimaranenses, que consideram que a intervenção de Villas-Boas é desnecessária.
A resposta do Vitória prosseguiu, afirmando: “Apesar de entendermos o interesse no Vitória Sport Clube, dispensamos intromissões exteriores, sobretudo com falta de conhecimento.” Esse tom de retaliação revela uma vontade do clube em defender a sua autonomia e criticou a análise do presidente do Porto, que insinuou que o clube vimaranense teria problemas devido ao investimento na sua sociedade desportiva.
Defesa da Autonomia do Vitória
Por fim, a mensagem da direção do Vitória foi clara: “A atual administração da Vitória Sport Clube, Futebol SAD tem ainda a noção de que a centralização dos direitos televisivos não tem como propósito antecipar receitas — tem como finalidade corrigir desigualdades históricas e criar um modelo mais justo de distribuição, o que favorecerá o espetáculo desportivo.” Essa defesa não apenas refuta as críticas de Villas-Boas, mas também enfatiza a importância da sustentabilidade do futebol português, onde todos os clubes, incluindo o Vitória, desempenham um papel crucial.
Assim, a troca de palavras entre os dois presidentes não é apenas uma disputa verbal, mas reflete as realidades e tensões no futebol nacional. Com os clubes a procurar estabelecer-se num panorama cada vez mais competitivo, o diálogo e a compreensão mútua tornam-se fundamentais para o progresso do desporto em Portugal.