Durante a recente Portugal Football Summit, André Villas-Boas, presidente do FC Porto, abordou temas cruciais relacionados com o futebol em Portugal, destacando a necessidade de uma mudança na dinâmica entre os clubes.
““O caminho que temos de trilhar é feito em conjunto. A demografia desportiva portuguesa não tem paralelo com outro país,””
afirmou Villas-Boas, sublinhando que a união entre os clubes é fundamental para o crescimento do desporto.
Centralização dos Direitos Televisivos
A centralização dos direitos televisivos foi um dos tópicos centrais discutidos por Villas-Boas. Ele defendeu que, apesar das oposições, é vital encontrar uma solução que beneficie todos os clubes. ““Em Itália, Espanha ou França há forte identificação regional, o que não acontece cá. Isso é retratável pela assistência mínima de determinados clubes,””
analisou, sugerindo que o formato atual da liga pode necessitar de revisão para garantir um maior equilíbrio.
O presidente do FC Porto ainda comentou que ““era importante que os clubes se sentassem. Daqui a pouco teremos os três CFO'S dos 'grandes' sentados num painel, já os três presidentes não se podem ver uns aos outros.””
Este comentário revela a tensão existente entre as direções, que pode impedir a colaboração necessária para um crescimento sustentável.
Críticas à Arbitragem e à Videoarbitragem
Villas-Boas não hesitou em criticar a atual situação da arbitragem em Portugal, especialmente no que toca à videoarbitragem. Ele afirmou que ““o VAR não está 100 por cento operacional na primeira e na segunda ligas. É uma das maiores vergonhas nacionais.””
Ele sublinhou a importância de uma arbitragem eficiente, que possa realmente contribuir para a justiça no campeonato.
Além disso, o presidente do FC Porto expressou preocupação com a possibilidade de investidores estrangeiros entrarem no capital das SAD's dos clubes, questionando: ““Lanço uma questão - nos últimos dez anos, metade das SAD's sofreram injeção de capital estrangeiro.””
Este alerta aponta para a necessidade de uma estratégia que proteja os clubes portugueses, que podem ser prejudicados pela retirada desses investidores quando o cenário económico não for favorável.
Consciência Coletiva e Crescimento do Futebol
Por fim, Villas-Boas enfatizou a importância de uma maior consciência coletiva entre os clubes: ““Para defender os interesses do FC Porto, tenho de ver o crescimento do futebol português e há determinados clubes que têm travado esse crescimento.””
Ele relembrou a necessidade de os grandes clubes reconhecerem seu papel no panorama desportivo nacional e a importância de olharem para o potencial coletivo do futebol em Portugal.
O presidente do FC Porto foi um dos participantes da Portugal Football Summit nesta sexta-feira, ao contrário de Rui Costa, homólogo do Benfica, que cancelou a presença. Embora a jornada tenha sido marcada por discussões acaloradas, há uma clara necessidade de um diálogo aberto e construtivo entre os clubes, se o futebol português quiser avançar e evitar os desafios que atualmente enfrenta.