Francesco Farioli, treinador do FC Porto, concedeu esta domingo uma conferência de antevisão ao jogo da segunda jornada da I Liga contra o Gil Vicente, a disputar em Barcelos. O técnico abordou diversos temas importantes para o desempenho da equipa, incluindo a situação do jovem jogador Rodrigo Mora.
O treinador salientou que a equipa ainda está em construção, apesar dos bons momentos exibidos até ao momento, e destacou a importância de consolidar a consistência para alcançar melhores resultados.
Estado atual da equipa
Farioli afirmou claramente: “Desde que começámos, estou muito grato pelo esforço que estão a fazer ao longo destas 35-40 sessões. Há coisas para melhorar, claro, tivemos momentos bons, mas também momentos de desconexão e faltou-nos um pouco de consistência. Estamos em construção.”
Reconheceu que, apesar das boas exibições, a equipa ainda está num processo de desenvolvimento e precisa ultrapassar as falhas para ganhar maior estabilidade.
Adversário e análise do Gil Vicente
Sobre o Gil Vicente, Farioli declarou: “Estudámos muito bem o Gil para ter uma perspectiva melhor de tudo e entender a forma como vão pressionar e como gostam de ter a bola. Temos uma equipa de análise muito forte e somos privilegiados por isso, já que somos [equipa técnica] novos na Liga.”
O técnico enfatizou a necessidade de encarar o jogo com total empenho, sendo este o primeiro encontro fora de casa da temporada: “É o nosso primeiro jogo fora e é algo que, no início da semana, tentámos alertar. Não é um estádio com as melhores memórias para o clube e temos de ter noção disso. É uma mudança de ambiente e no início pode gerar alguns momentos de desconforto, temos de preparar-nos bem. Temos de ir com tudo o que temos, estamos apenas no início da caminhada.”
Jogadores para as laterais
Farioli comentou a questão das laterais, destacando que só há dois laterais disponíveis: “Alguns jogadores podem ser adaptados e ajudar-nos neste período. Moura está quase a voltar, Pérez também jogou ali algumas vezes no passado, há jogadores que podem ajudar nas laterais e temos de estar preparados.”
Sobre Francisco Moura, referiu: “Começou a trabalhar connosco esta semana, fez treino condicionado, ontem esteve quase em pleno. Fora disso, teremos de tomar a decisão final. A situação ainda está sob evolução.”
Situação de Rodrigo Mora
Farioli esclareceu a ausência de Rodrigo Mora: “Vi muitos artigos, comentários, quero explicar de forma clara a situação. O Rodrigo é um jogador importante para o FC Porto e para o futebol português, o que está a acontecer não é saudável. Não entrou porque tivemos de fazer duas substituições forçadas e isso explica por que ele não entrou em campo.”
Reafirmou a importância do jogador: “O Rodrigo é importante para o FC Porto, pelo que fez na última época, é um jogador muito talentoso, jovem, que tem de se desenvolver e trabalhar. Tudo vai ser muito calmo, a evolução dele está a ser avaliada de forma diária, não quero criar ruído em torno disso. Está a trabalhar bem, vai ter as suas oportunidades. Ele coloca o clube à frente de toda a gente e isso é importante.”
Adaptação tática de Rodrigo Mora
Farioli explicou as mudanças na posição do jogador: “No ano passado jogou muito atrás do avançado, agora temos três médios e a sua posição é um pouco diferente, tem outras tarefas e ele tem de melhorar como todos os outros. Na época passada o FC Porto jogava num sistema diferente.”
Complementou: “Pela sua qualidade e entendimento de jogo, ele pode ser o mais ofensivo dos três, mas também podemos usá-lo no corredor. A sua posição mais natural é atrás do avançado. Num 4-3-3 a posição é diferente, estamos a falar de poucos metros, mas com tarefas distintas, especialmente sem bola. É um aspeto que tem de melhorar, tal como todos, porque é algo de novo para toda a equipa. Estamos num processo de aprendizagem, e o Rodrigo, pela qualidade e pelo entendimento do jogo que tem, interpretará o papel. Pode ser usado como extremo ou noutra posição, mas não vou dizer-vos qual.”
Apoio dos adeptos
Farioli destacou o ambiente criado pelos adeptos no último jogo: “A atmosfera foi incrível no último jogo e os bilhetes estarem esgotados em menos de 15 minutos diz muito do apoio que os adeptos nos estão a dar, é uma responsabilidade que levamos.”
Realçou ainda o historial recente difícil contra o Gil Vicente: “FC Porto não vence há dois jogos em Barcelos e eles costumam ganhar o primeiro jogo que fazem em casa. Temos de ter o mesmo espírito.”
Liderança e valores do grupo
O treinador sublinhou a importância da coesão e dos valores: “Os jogadores que cá estão, os líderes, há o Diogo, o Cláudio, há também o Alan Varela, temos jogadores com experiência em liderança e com grande mentalidade. A primeira vez que falei com o presidente concordámos em construir um grupo forte, com valores em termos de trabalho árduo e entrega para com o clube. Os jogadores que cá estão e os que chegarem têm de preencher estes requisitos.”
Citou ainda os líderes do grupo: “Temos aqui líderes como o Diogo Costa, o Eustáquio, o Cláudio Ramos e o Alan Varela, que são os capitães de equipa. Mas há ainda o Bednarek e o Luuk de Jong, que são dois jogadores experientes. O De Jong foi capitão durante muitos anos nos clubes onde esteve, o Bednarek é capitão da seleção polaca. Ambos têm uma grande atitude, liderança e mentalidade. Quando falei com o presidente, um dos pontos em que concordámos foi em construir um grupo forte, com uma identidade forte, com valores fundamentais de trabalho árduo e compromisso com o clube. Todos os jogadores que estão cá e aqueles com quem ainda vamos assinar têm de ter esses valores como elemento-chave de avaliação.”
Perspetivas para a temporada
Farioli prepara o FC Porto para um desafio exigente contra o Gil Vicente, salientando a necessidade de trabalho, adaptação e liderança para crescer numa época que considera de construção e evolução constante.