Cristian Cebolla
Rodríguez partilhou memórias marcantes sobre o seu regresso ao Porto, após receber um convite do clube para estar presente no emocionante jogo contra o Atlético de Madrid. “Na verdade foi algo que aconteceu rapidamente. O FC Porto ligou-me na quarta-feira para me convidar a viajar para o Porto e na sexta-feira já estava a viajar para o jogo FC Porto-Atlético de Madrid,” afirmou, expressando a alegria de voltar a uma cidade que considera linda.
O convite deu-lhe não apenas a oportunidade de reviver momentos nostálgicos, mas também de reencontrar velhos amigos. “Fui passear, como dizes, e foi muito bom, na verdade. O presidente foi meu treinador, foi campeão da UEFA. E bom, reencontrar o Falcao, reencontrar o Lucho González, que tinha acabado de assinar um contrato para trabalhar lá no clube, como assistente... foi muito bom reencontrar os amigos, reencontrar a cidade do Porto, que, na verdade, mudou muito,” disse Rodríguez, destacando a importância dos laços criados no passado.
Recordações de uma Mudança Controversa
No entanto, a conversa não se restringiu ao regresso ao Porto. Rodríguez também comentou a controversa mudança do Benfica para o FC Porto, que gerou recordações intensas. “Eu venho do PSG [para o Benfica], emprestado. Eu, como jogador do Paco Casal, vou ser emprestado ao Benfica, com um contrato de um ano. Eu era uma figura, jogava com Ángel Di María, que voava,” recordou, relembrando o seu impacto na equipa.
A tensão em torno da sua transferência fica evidente quando menciona a reação dos adeptos. “Lembro-me que a equipa foi a Lisboa e incendiaram um autocarro por minha culpa, digamos, porque havia aquela coisa do FC Porto-Benfica, que eu tinha ido para o FC Porto. Fizeram uma canção e as pessoas começaram a cantar essa canção, uma canção minha, e vieram os adeptos do Benfica, obviamente tiraram as pessoas e incendiaram o autocarro,” descreveu o ex-jogador, que não esquece a intensidade daquela rivalidade.
Um Clássico Marcante
A pressão era palpável, especialmente no primeiro clássico em que participou. “Aquele primeiro clássico foi muito tenso, porque eles estavam à minha espera como cebola podre, 75 mil pessoas a vaiar-me. O Lucho González sempre me recorda que não podíamos falar, quando eu pegava na bola, não podíamos falar, não podíamos falar porque eram 75 000 pessoas a insultar-me. Ensurdecedor. Mas isso dava-me gás, era incrível,” confessou sobre a junção de emoções contraditórias que viveu.
A experiência o marcou profundamente, levando-o a limitar os seus movimentos. “Acho que fui uma vez só à capital, em dois anos, fui visitar o 'Mono' uma vez só porque não podia ir, estava proibido de ir à capital, por ameaças, não é?” revelou Rodríguez, sublinhando o impacto da rivalidade.
A Rivalidade e Suas Dimensões
Para Rodríguez, o impacto da rivalidade entre Porto e Benfica é comparável a rivalidades nacionais em contextos mais amplos. “É como um Argentina-Uruguai ou algo assim,” concluiu, colocando em perspetiva a intensidade e a paixão que caracterizam este embate no futebol português.
O regresso ao Porto não apenas trouxe à tona velhas memórias, mas também reforçou a conexão emocional que Rodríguez tem com a cidade e o clube, um laço que perdura mesmo após os desafios enfrentados ao longo da sua carreira.