A morte de Jorge Costa, ex-jogador e capitão do FC Porto, deixou uma marca profunda na comunidade futebolística portuguesa. Luís Figo, colega de seleção e amigo próximo, expressou a sua dor nas redes sociais, afirmando: “O futebol perdeu um líder, um campeão, um exemplo e a minha vida perde um grande amigo. Até sempre capitão. O teu legado nunca será esquecido. Descansa em paz ‘Bicho’.” Estas palavras não apenas refletem a perda de um grande atleta, mas também a tristeza de um amigo que admirava a pessoa por detrás do jogador.
Figo destacou a importância de Costa não apenas no campo, mas também na vida de todos à sua volta. O respeito por Jorge Costa transparece nas memórias partilhadas por colegas como Maniche e Abel Xavier. Eles ilustraram a dualidade de Costa: no campo, ele era um verdadeiro gladiador, um jogador feroz que se impunha com autoridade; fora dele, um homem gentil e reservado. André Pipa, em sua análise, descreveu esta dicotomia: “Um líder icónico, bigger than life, cromo certo na caderneta dos imortais azuis-e-brancos.”
O Legado de um Capitão
O impacto de Jorge Costa vai além das palavras e das lembranças. A sua influência como capitão estava enraizada na sua capacidade de motivar a equipe, algo que fez de forma memorável em diversas ocasiões, incluindo quando disse: “A equipa estava muito apática. Eu aproveitei para os acordar.” A sua determinação e vontade de vencer eram palpáveis, e isso o tornou não apenas um jogador de destaque, mas uma figura respeitada por todos. Da mesma forma, o seu papel em momentos históricos como a conquista do Mundial de sub-20 em 1991 é indiscutível.
E como poderia alguém esquecer: “Capitão Vitória, foi o que ele foi. Taça na mão em Sevilha. Taça na mão em Gelsenkirchen. Taça na mão em Yokohama.” Jorge Costa não foi apenas um jogador; ele encarnou o espírito portista.
Uma História de Dedicação e Sucesso
Em momentos de grande pressão, como nas finais europeias lideradas por José Mourinho, ele sempre se destacou como um protagonista daquele projeto. O seu legado, construído ao longo de anos de dedicação, trouxe ao FC Porto 21 títulos, sendo uma das vozes que moldaram a história do clube. “Jorge Costa era (e respirava) FC Porto. Ou melhor: é FC Porto.”
A partida de Jorge Costa também trouxe à tona discussões sobre como o FC Porto lida com os seus ídolos. André Pipa lembrou que, apesar das dificuldades enfrentadas, “a morte inesperada deste gigante sereno... pode vir a ter um efeito congregador na nação portista.”
Respeito Além das Rivalidades
Costa trabalhou incansavelmente pelo clube, e mesmo após a sua saída, o amor e a devoção por parte dos adeptos permanecem intactos. O respeito por ele ultrapassa rivalidades, como ilustra a forma como figuras do Benfica e do Sporting expressaram os seus sentimentos. Rui Costa, presidente do Benfica, também partilhou condolências, reconhecendo Jorge como um “grande profissional” e “grande amigo”.
Jorge Costa deixa um legado perene, tanto em conquistas quanto em lições de vida e perseverança. O seu caminho, desde as dificuldades na juventude que o afastaram do voleibol até ao auge da sua carreira no futebol, é um testemunho de resiliência.
Uma Nação em Luto
Agora, a nação portista une-se para homenagear o seu capitão, um exemplo de caráter e dedicação. “Descanse em paz, Capitão Vitória,” diz Pipa, ecoando o sentimento de todos os que o admiraram.