O puzzle de Francesco Farioli começa a ganhar forma, cor e ordem. Peças que antes pareciam soltas, até estranhas, começam a encaixar no 4x3x3 idealizado pelo italiano. Nas escolhas feitas nas primeiras semanas com o dragão ao peito, o treinador fez três riscas e colocou mais dois jogadores em lista de transferíveis.
O primeiro trio é composto por Fábio Cardoso, Romário Baró e André Franco. Os dois primeiros estiveram cedidos na época anterior e continuam sem espaço no plantel principal. O esquerdino, por seu turno, vem de três épocas de utilização e rendimento instáveis e terá de procurar um novo destino.
Jogadores em busca de novo rumo
Além destes excedentários, Farioli já comunicou à SAD a disponibilidade para libertar Marko Grujic e Iván Jaime, confirmou o zerozero. O sérvio e o espanhol ainda trabalham sob as ordens do técnico toscano, mas estão cientes da alta improbabilidade de somarem minutos no FC Porto.
A situação de Marko Grujic é particularmente complicada. O alto salário que recebe nunca teve correspondência com o seu rendimento desportivo. Em cinco épocas no FC Porto, o médio sérvio nunca se afirmou como titular indiscutível, apesar de ser um dos mais bem remunerados do grupo. Com um ano de contrato restante e sobrecarregado por lesões, Grujic pode procurar um novo clube, e a rescisão antecipada do vínculo é uma opção lógica que pode aliviar a folha de encargos do clube.
Concorrência no meio-campo
Com Alan Varela e Tomás Pérez à frente na luta pela posição de '6', e com Victor Froholdt, Gabri Veiga, Eustáquio e Vasco Sousa para os dois lugares restantes no meio-campo, Marko Grujic tem escassas hipóteses de jogar. Ao longo da sua carreira no FC Porto, soma 140 jogos oficiais, apenas 73 como titular, quatro golos e três assistências, números que dificilmente sofrerão alterações.
A situação de Iván Jaime é mais complexa e até desconfortável tanto para o jogador quanto para a administração do clube. Apesar de ter um talento inegável, o espanhol não conseguiu traduzir em campo a consistência que evidenciou no Famalicão. O contrato de Jaime expira apenas em junho de 2028, e a SAD precisa gerir cuidadosamente a situação, sob pena de perder um ativo de qualidade. Os dez milhões de euros investidos no verão de 2023 exigem prudência, mas Jaime não está a entrar nas escolhas de Farioli.
O futuro de André Franco
Dos três atletas que estão a treinar à parte do plantel no Olival, André Franco é o único com ligação ao FC Porto superior a uma época. O esquerdino assinou até 2027 no verão de 2022, quando o clube pagou quatro milhões ao Estoril Praia pelos seus serviços. Ao longo de três anos, Franco disputou 71 jogos (25 como titular), revelando dificuldades de adaptação ao Dragão.
Franco tem interessados, tanto em Portugal como no exterior, mas a SAD pretende fazer um encaixe financeiro razoável. O empréstimo continua a ser uma possibilidade, mas apenas em condições especiais que satisfaçam ambas as partes.
Decisões sobre Fábio Cardoso e Romário Baró
Para Fábio Cardoso e Romário Baró, a solução deverá passar, segundo fontes próximas, pela rescisão antecipada dos seus contratos. Ambos possuem mais um ano de ligação ao clube e não se encaixam nas ideias desportivas da administração e da equipa técnica. Fábio, que tem 31 anos, foi um central útil ao longo de três épocas (78 jogos/4 golos) mas acabou por ser ultrapassado por Zé Pedro na hierarquia de centrais.
Romário Baró, seis anos após ter ajudado o FC Porto a conquistar a UEFA Youth League, é um caso de insucesso na transição para o futebol sénior. Em seis épocas, fez apenas 51 jogos pela equipa principal (15 como titular) e passou por três empréstimos, todos eles dececionantes: Estoril, Casa Pia e Basel.
