Operação Pretoriano: Defesa de Polaco alega erro, mas não crime

  1. Hugo Carneiro estava na AG do FC Porto
  2. Ministério Público pede penas superiores a cinco anos
  3. Fernando Madureira é ex-líder dos Super Dragões
  4. A AG ocorreu em novembro de 2023

Na recente Operação Pretoriano, que decorre no Tribunal de São João Novo, o advogado Paulo Figueiredo defendeu Hugo Carneiro, conhecido como Polaco, afirmando que o seu cliente “errou ao ir à Assembleia Geral (AG) do FC Porto, mas que isso não é crime”. Durante as alegações finais do julgamento, Figueiredo alegou que “Polaco estava no local errado, mas muito desejado por este, e à hora errada”. O processo envolve acusações contra vários arguidos, incluindo Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, a sua mulher Sandra Madureira e outros nove arguidos, todos envolvidos em alegados crimes durante uma assembleia geral do clube, que ocorreu em novembro de 2023.

O Ministério Público (MP) propõe que a claque Super Dragões procurou criar um “clima de intimidação e medo” na AG, onde se registaram vários incidentes e agressões, com o objetivo de garantir a aprovação de uma revisão estatutária favorável à direcção, na altura liderada pelo ex-presidente Pinto da Costa.

Defesa de Hugo Carneiro

Na sua defesa, Paulo Figueiredo sublinhou que ao seu cliente não foi acusada nenhuma atitude hostil e que “ninguém se sentiu ameaçado”. Ele reiterou que Hugo Carneiro entrou na assembleia porque lhe foi permitido, mesmo sem ser sócio, e que em ocasiões anteriores já tinha feito o mesmo, devido ao seu apoio a Pinto da Costa e ao seu amor pelo clube. Figueiredo enfatizou: “Se havia um plano, não contou com a colaboração de Hugo Carneiro. Se havia um objetivo, era desconhecido de Hugo Carneiro”, considerando a coautoria que lhe é imputada como um “puro exercício de imaginação”.

Imputações do Ministério Público

A procuradora Susana Catarino já havia requerido penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para os principais arguidos, entre eles Fernando e Sandra Madureira, além de Vítor Catão e Hugo Carneiro. Por outro lado, Gonçalo Nabais, advogado de Vítor Aleixo, pai e filho, contestou a imputação de crimes aos seus clientes, afirmando que eles estavam na assembleia por direito próprio, em virtude de serem sócios, para participar e votar.

Nabais sublinhou que “[O Aleixo pai] não tem nada a ver com o esquema da bilhética. Os bilhetes encontrados na sua posse eram de sócio e não dos Super Dragões”, acrescentando que o seu cliente não seguia ordens dos Madureira, nem fazia parte de um plano para desestabilizar a assembleia.

Crença nas Testemunhas

O advogado também criticou a credibilidade de algumas testemunhas, referindo que foram “sem credibilidade” e “fragilizadas” as acusações de violência durante a AG. A defesa questionou a integridade das declarações prestadas, insinuando que as acusações contra os seus clientes poderiam carecer de fundamentos sólidos, minando assim a credibilidade do processo.

As alegações finais do caso continuam a gerar discussões acaloradas no seio da comunidade futebolística, uma vez que a tensão entre os clubes e as suas respectivas claques continua a ser um tema recorrente no desporto nacional.