A recente Assembleia Geral (AG) do FC Porto, que ocorreu a 13 de novembro de 2023, gerou uma onda de reações e controvérsias, especialmente em relação aos incidentes que ali ocorreram. A advogada do clube, Sofia Ribeiro Branco, não hesitou em criticar as tentativas da defesa dos arguidos na 'Operação Pretoriano' de “normalizar tudo o que aconteceu”. Destacou a seriedade da situação, afirmando que “para o FC Porto jamais o desporto pode servir para justificar ameaças ou agressões. Foi um atentado à paz pública e à liberdade dos cidadãos.”
A advogada sublinhou que o clube não permanece indiferente ao que se passou na AG, onde muitos sócios foram impedidos de participar livremente. Ela enfatizou que “não se pode atuar à margem da lei, sem limites” e que “jamais se podem passar coisas destas no desporto”. Afirmou ainda que a acusação na investigação tinha falhado em reconhecer todas as pessoas ofendidas e que o plano elaborado pelos arguidos visava eliminar os efeitos sociais da AG, limitando os direitos dos sócios.
Críticas ao Comportamento na AG
O Ministério Público apresentou o seu parecer, com a procuradora Susana Catarino pedindo penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para os arguidos. Durante suas alegações, ela enfatizou que “é importante passar a mensagem de que não podem fazer o que querem”. Isso remete ao comportamento de Fernando e Sandra Madureira, que, segundo a procuradora, atuaram em conluio com a segurança privada contratada pelo clube, contribuindo para um clima de coação.
Catarino lembrou que Fernando Madureira reconheceu ter rendimentos da venda de merchandising do clube, o que poderia ter influenciado o seu comportamento na AG. Ela relatou que Madureira e outros tentaram criar um “clima intimidatório na referida AG”, e que ele foi responsável por distribuir pulseiras de credenciamento e coordenar as entradas no Pavilhão Dragão Arena.
Estratégia da Defesa e Ação Coordenada
Sofia Ribeiro Branco criticou a estratégia da defesa, afirmando que os arguidos tentaram desviar a atenção com questões laterais, ao invés de abordar os graves incidentes que ocorreram. Destacou que “Fernando e Sandra Madureira tentaram impedir que fossem observadas todas as imagens de CCTV” e que suas ações estavam intencionalmente orientadas para limitar a verdade dos acontecimentos.
“É incontestável que Madureira e Hugo Carneiro dirigiram-se à mesa de credenciação e, em comunhão de esforços, adquiriram as pulseiras e posteriormente as distribuíram por quem entenderam”, disse Ribeiro Branco, referindo-se à ação coordenada dos arguidos durante a AG. Para a advogada, isso não apenas distorce a realidade dos acontecimentos, mas também prejudica gravemente o FC Porto.
A Reafirmação da Advocacia do FC Porto
Por fim, Ribeiro Branco reafirmou: “Jamais se podem normalizar comportamentos violentos no desporto.” Esta frase parece ecoar o sentimento compartilhado por muitos, que desejam que o desporto seja um espaço seguro e respeitável para todos os seus participantes.
A resposta da comunidade desportiva a esta questão será crucial para determinar os próximos passos na luta contra a violência no desporto. O FC Porto e outros envolvidos esperam que a justiça prevaleça, garantindo que episódios como os da AG de novembro não voltem a acontecer.