A suspensão da Assembleia Geral do FC Porto, após incidentes no Dragão Arena, tem levantado questões sobre a sua legalidade. Segundo o advogado João Diogo Manteigas, especialista em direito desportivo, a AG não deveria ter sido iniciada nos termos em que foi. Manteigas destaca que o local da AG foi alterado sem uma votação transparente, o que compromete a legalidade do processo. O advogado argumenta que o presidente da Mesa da AG deveria ter suspendido a reunião e retomá-la noutro local, com uma nova convocatória.
A possibilidade de cancelamento da AG surge caso a proposta de revisão estatutária seja retirada. Manteigas afirma que, se o Conselho Superior do clube retirar a proposta, é perfeitamente possível cancelar a AG. O advogado defende que o presidente do clube não terá outra alternativa a não ser cancelar a reunião, uma vez que a proposta em discussão deixa de estar em cima da mesa. Ele explica que a suspensão da AG é necessária para que o presidente possa comunicar aos associados se a reunião será retomada com uma nova convocatória ou se será cancelada.
A decisão de cancelar a AG seria consequência dos distúrbios ocorridos durante a deliberação da proposta. Manteigas esclarece que a proposta foi admitida à discussão, mas devido aos incidentes, a votação não ocorreu. O advogado enfatiza que a AG não será cancelada, mas suspensa para que o presidente possa decidir o seu futuro.
O Conselho Superior do FC Porto também emitiu um comunicado justificando a decisão de retirar a proposta de revisão estatutária. O órgão afirma que a AG foi convertida num momento de divisão e incêndio, devido ao empolamento criado pela comunicação social. O Conselho Superior alega que a proposta é boa e rigorosa, mas decidiu retirá-la em benefício do clube e para apaziguar a família portista.