Após a goleada sofrida frente ao Benfica (1-4), a decisão da equipa do FC Porto de não passar a noite nas respetivas residências e retornar ao hotel para um estágio antes do clássico tem gerado controvérsia. Rui Quinta, que foi adjunto de Vítor Pereira nos dragões, expressou a sua opinião sobre a questão em declarações ao programa Bola Branca da Rádio Renascença. Ele destacou que, “pode ser um chamar de atenção, mas o melhor, naquela altura, era desaparecer todos dali, cada um para o seu espaço, para sarar as feridas e voltarmos minimamente aliviados”. A ideia de passar a noite juntos é, por um lado, vista como uma forma de coletivamente enfrentar a situação, mas Quinta sugere que isso pode não ser o mais produtivo.
Quinta argumenta que “temos pouco para dizer uns aos outros, não temos de dizer nada nestes jogos. Sabemos o que cada um está a sentir”. Nesta perspectiva, a abordagem rígida do estágio talvez não seja a solução ideal para a recuperação emocional dos jogadores. Em seu ponto de vista, “para mim, era precisamente o contrário, até dava dois dias de folga para limparem a cabeça e voltarem sedentos, revoltados, e tornar isso em algo que acrescento”.
Espaço Individual na Recuperação
A ênfase de Rui Quinta está em como a família e o espaço individual podem ajudar na recuperação após uma derrota severa. Ele explica que “a nossa família dá-nos conforto, aconchego, carinho e isso dilui a mágoa”. Quando os jogadores estão em um ambiente de pressão constante, a remoção dessa pressão pode ser benéfica. Portanto, a opção de estarem juntos após uma derrota pode prolongar o sofrimento, em vez de curá-los.
Quinta reforça que “se quisermos prolongar a dor e fazer justiça, então a medida terá impacto”. Ele questiona se a estratégia de prolongar a estadia será realmente benéfica para a equipa a longo prazo. Em sua visão, o espaço para reflexão e o apoio familiar podem ser as chaves para uma recuperação eficaz.
Reflexão sobre a Abordagem da Equipa
É importante considerar as diferentes abordagens em momentos de crise. A decisão da equipa do FC Porto de permanecer junta após a derrota pode ser vista como uma tentativa de solidão e solidariedade. No entanto, como sugere Quinta, a verdadeira recuperação pode ocorrer fora da pressão do grupo.
Com a temporada pela frente, a forma como a equipa lida com as adversidades poderá definir o seu sucesso. A reflexão sobre a abordagem pode trazer benefícios, tanto a nível emocional como desportivo, permitindo que os jogadores reentrem em campo com a motivação renovada e a cabeça mais leve.