A recente controvérsia envolvendo a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o SL Benfica levanta questões sobre a comunicação e a confiança nas estruturas desportivas do país. O antigo presidente da FPF, Fernando Gomes, desmentiu publicamente Pedro Proença em relação ao seu apoio à candidatura deste ao Comité Executivo da UEFA. Essa situação fez com que muitos se questionassem: ““foi ou não foi evitável, tendo em conta a importância que a eleição tem para a indústria?””
Esta pergunta ressoa com intenções e consequências que vão além da política desportiva. O ato de desmentir um aparente apoio institucional fragiliza a credibilidade e provoca uma sensação de instabilidade nas entidades desportivas.
Por outro lado, a entrevista de Nuno Catarino, vice-presidente da SAD do SL Benfica, também trouxe à tona a ambição do clube em alcançar 500 milhões de euros em receitas nos próximos cinco anos. Embora a missão pareça digna de nota, as expectativas apresentadas são questionáveis. Para Catarino, ““o Benfica propõe-se atingir os 500 milhões de euros em receitas em cinco anos””
, mas as metas ambiciosas devem ser apoiadas por um plano concreto. Isto gera uma expectativa que pode não refletir a realidade financeira do clube, levando à pergunta: ““será que as expectativas serão manifestamente exageradas, pelo contexto pré-eleitoral, ou inconclusivas, porque, de fato, não existe um plano concreto?””
Desafios Financeiros do SL Benfica
É evidente que a situação do Benfica é complexa e as soluções não são simples. O responsável da SAD reconheceu que a dependência da venda de jogadores deve ser reduzida e que o foco deve ser em receitas comerciais e patrocínios. No entanto, essa mudança não se faz da noite para o dia. Quanto ao merchandising, reconhece-se ““um deserto de ideias quanto a uma visão integrada de marketing que catapulte o clube para os níveis onde outros gigantes europeus estão””
. A falta de um plano eficaz expõe oportunidades perdidas, que deveriam ser urgentemente abordadas.
A Comunicação no Futebol Português
O debate público não se limita apenas a aspectos financeiros. A comunicação dentro do futebol português requer mais transparência e responsabilidade. Na voz de Duarte Gomes, antigo árbitro, reflete-se um mal-estar com as decisões recentes: ““o que está em causa são duas coisas completamente distintas””
. Quando as instituições desportivas deslizam em erros de comunicação, as consequências podem ser devastadoras, tanto para a reputação individual como para a indústria como um todo.
Em referência ao caso do ex-ministro Miguel Macedo, Gomes questiona o resultado de decisões apressadas que, embora possam ter boas intenções, acabam por causar danos duradouros. A falta de clareza nas comunicações só serve para alimentar a desconfiança entre adeptos e entidades.
Fragilidade das Estruturas de Comunicação
A situação do Benfica e a polémica da FPF revelam uma fragilidade nas estruturas de comunicação, lançando uma sombra sobre a confiança que o público deve ter nas suas entidades dirigentes. O saldo não é positivo — ““o anúncio de futuros risonhos não emenda o caminho errático que foi feito até aqui””
. A crítica é clara e aponta para a necessidade urgente de reavaliar as comunicações e as estratégias que moldam o futuro do futebol português.
É fundamental que a sustentabilidade do futebol prevaleça sobre a pura ambição financeira. O que se espera agora é uma mudança decisiva que possa resgatar a credibilidade e a confiança perdidas, dando um novo rumo às entidades desportivas e aos clubes envolvidos na contenda.