Samu, ponta de lança do FC Porto, abriu o coração numa entrevista recente, partilhando histórias emocionantes da sua infância difícil e do orgulho que sente ao representar o FC Porto e a seleção espanhola. “Não tive a sorte de ir. Espero poder tirar férias no futuro. Temos muitos jogos agora e não há muito tempo, mas depois espero ir. Estou ansioso por conhecer as origens da minha mãe. Ela também tem o sonho de regressar, mas como não queria deixar-me sozinho com a minha irmã, mudou de ideias e não regressou desde que eu nasci. Tenho muitos familiares em África, mas não os conheço. Não é que a minha mãe fale muito sobre isso, mas sei que ela conversa bastante com eles”, começou por dizer Samu.
A importância da mãe
O jogador falou ainda sobre a importância da sua mãe na sua vida: “Ela também não gosta de contar-me essas coisas. Diz-me que depois conta. Mas imagina como é um lar adotivo, não deve ser fácil passar por lá. Mas ela lutou muito para ter uma vida melhor e graças a Deus deu tudo certo.” Samu recordou também os tempos difíceis em que não havia comida em casa: “Mas houve situações em que não havia nada para comer e isso foi difícil. Não acho que nenhuma criança deva passar por isso. Foi complicado. Pensa-se em muitas coisas nessas alturas, como o porquê de estar a acontecer comigo e connosco. Mas graças a Deus conseguimos sair dessa situação e agora estamos muito melhores.”
A decisão de abandonar os estudos
O avançado falou ainda sobre a sua decisão de abandonar os estudos para se dedicar ao futebol: “Sou muito calmo e sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Levei isso muito naturalmente. Tem sido um pouco mais difícil para a minha mãe porque é uma mudança muito abrupta e há coisas que ela acha difíceis de administrar. Como as emoções, por exemplo. Quando acontece algo comigo ou quando há coisas que ainda não entendi completamente. Eu queria ter sucesso no futebol, o meu sonho era ser jogador, mas tive de abandonar a escola.”
Orgulho em representar a seleção espanhola
Samu expressou o seu orgulho em representar a seleção espanhola: “São jogadores de classe mundial, é um privilégio estar aqui. O selecionador disse-me para ser eu mesmo e fazer o que me trouxe até aqui. Estou muito agradecido pela confiança que me deram e estou muito feliz.” Por fim, Samu falou sobre o racismo e a sua experiência pessoal: “A Espanha ajudou muito a minha família. Sou muito grato, não só por mim, mas por todas as famílias que têm menos recursos e que foram ajudadas. Nunca tive problemas com racismo, apenas uma vez em Avilés, a jogar pelo Granada. São pessoas que não se colocam no lugar dos outros e eu não vou sequer falar sobre elas.”