No primeiro dia do julgamento dos incidentes ocorridos durante a Assembleia Geral (AG) do FC Porto a 13 de novembro de 2023, Fernando Madureira, o único dos arguidos em prisão preventiva, foi o primeiro a prestar declarações. Durante o seu depoimento, Madureira tentou por diversas vezes responsabilizar o antigo presidente do clube, André Villas-Boas, pelos graves incidentes.
Madureira culpa AVB pelos incidentes
(A juíza Susana Seca confrontou Madureira, questionando: “André Villas-Boas não está aqui a ser julgado. O que pretende demonstrar? Que houve incitamento e que isso justifica a ação dos arguidos?”
) Madureira defendeu-se das inúmeras mensagens recolhidas em grupos de WhatsApp dos Super Dragões, afirmando: “Este grupo tinha cerca de 300 participantes. Se deixava de ir lá meia hora tinha logo 500 mensagens, era impossível ver todas as mensagens”
. No entanto, admitiu ter mobilizado vários elementos da claque para a defesa de Pinto da Costa nessa noite, apesar de negar qualquer ato de violência. (Madureira afirmou:) “Fiquei realmente nervoso e transtornado por ver sócios contra sócios. (...) Agradeci aos Super Dragões, porque se comportaram de forma exemplar. O que se passou na AG não teve nada a ver com os Super Dragões. Foi tudo criado pela máquina de campanha do André Villas-Boas para ganhar as eleições”
Outros arguidos prestam depoimento
Outro dos arguidos, Hugo Carneiro Polaco
, admitiu ter entrado na AG sem ser sócio do FC Porto, tendo ainda conseguido mais quatro pulseiras de acesso para a sua mulher e três amigas. (Polaco justificou-se:) “Cheguei à entrada da AG, 'bati o couro' à menina e pedi-lhe pulseiras (...) Eu não estou mal... a menina é que me deixou entrar”
Polaco garantiu que a sua presença na AG foi meramente circunstancial, tendo estado sentado na bancada central, alheado dos incidentes, por estar interessado numa conversa
com um amigo advogado e uma senhora ligada à cultura
. Por fim, Vítor Oliveira Aleixo
confessou ter dado uma chapada
num sócio durante a AG, por este ter alegadamente insultado Pinto da Costa, e um cachaço
noutro. O arguido pediu desculpas às vítimas e irá continuar o seu depoimento na próxima audiência, agendada para terça-feira.