Relato de Villas-Boas sobre a agressão ao zelador

O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, prestou depoimento esta quinta-feira no processo "Zelador", que está a julgar quatro jovens entre os 18 e 22 anos acusados de agredir violentamente o zelador da sua residência e de uma série de furtos e danos na zona da Foz, no Porto.

Segundo o relato de Villas-Boas, na madrugada de 22 de novembro de 2023, por volta das 4h30, o presidente ouviu a campainha da sua casa e encontrou o zelador, Avelino Teixeira, «todo ensanguentado e atordoado». «Estava ensanguentado e atordoado, não dizia coisa com coisa», descreveu Villas-Boas perante o coletivo de juízes do Tribunal de São João Novo.

Relato da agressão e roubo pelo zelador

O dirigente do FC Porto contou que, após encontrar o vigilante agredido no exterior da residência, o levou para o interior e prestou-lhe os primeiros socorros até à chegada da ambulância. «Perguntei o que tinha acontecido, mas ele não conseguia dizer, só que tinha sido agredido», acrescentou.

Villas-Boas relatou que, na porta de casa, encontrou uma grande poça de sangue, uma garrafa de whisky vazia e um casaco branco, constatando ainda que o carro do zelador tinha desaparecido. «Foi tudo muito intenso, desde logo pelo Avelino [zelador], que é uma pessoa simples e educada e vê-lo espancado e agredido foi violento de todas as maneiras», vincou.

Acusação contra os quatro jovens

Segundo a acusação, na mesma madrugada, os quatro arguidos combinaram entre si apropriar-se «do máximo» de objetos e dinheiro que conseguissem e vandalizar carros e lojas comerciais na cidade do Porto «recorrendo mesmo a agressões físicas». Assim, em diversos locais da Foz, os suspeitos terão furtado bens e dinheiro do interior de dois estabelecimentos e de vários automóveis, danificando-os com recurso a um martelo.

Ainda durante essa madrugada, os quatro jovens deslocaram-se à residência de Villas-Boas e agrediram o zelador do condomínio, roubando-lhe o telemóvel e o carro, que usaram para praticar outros furtos.

Na primeira audiência de julgamento, o zelador Avelino Teixeira afirmou ter ficado com sequelas físicas e psicológicas resultantes das agressões, das quais não se recorda. Os quatro arguidos estão acusados da prática, em coautoria, de 12 crimes de furto qualificado, cinco dos quais na forma tentada, seis crimes de dano e um crime de roubo.