A chegada de Martín Anselmi ao comando técnico do FC Porto veio alterar significativamente a estrutura defensiva da equipa. O treinador argentino optou por implementar um sistema com três centrais, acompanhados pelos laterais quando os adversários estão na posse de bola, criando uma «muralha» defensiva mais alargada. No entanto, esta mudança ainda não se tem traduzido num aumento efetivo da segurança da baliza portista.
De facto, desde que Anselmi assumiu o cargo, os dragões apenas conseguiram manter a baliza a zeros em duas ocasiões. Alguns erros individuais têm contribuído para este cenário, não ajudando a que os números defensivos sejam mais animadores nesta nova fase da equipa.
Análise comparativa revela ligeira degradação dos indicadores defensivos
Uma análise comparativa entre o período anterior à chegada de Anselmi e o atual demonstra um ligeiro crescimento da média de golos sofridos, remates consentidos, cantos cedidos e passes efetuados pelos adversários em cada posse. Isto sugere que, apesar do maior número de jogadores na defesa, o FC Porto não tem sido particularmente mais eficaz a evitar oportunidades de golo para os opositores.
Alguns aspetos positivos no novo modelo tático
Contudo, existem alguns indicadores positivos no novo modelo tático. A média de ataques posicionais adversários sofreu uma ligeira descida nos primeiros sete jogos sob o comando de Anselmi, assim como o número de cruzamentos consentidos por jogo. Isto pode ser explicado pela utilização de um quinto elemento no meio-campo, que ajuda a defender melhor a largura do campo e força os adversários a procurarem outros caminhos para chegar à baliza.
Equipa ainda vulnerável em situações de contra-ataque
Apesar destes aspetos, o golo sofrido diante do V. Guimarães é revelador da maior permeabilidade portista a situações de contra-ataque. Nesta jogada, Umaro Embaló conseguiu aproveitar uma zona do terreno onde se encontravam quatro jogadores do FC Porto, lançando-se em velocidade e rematando com sucesso.
No global, o FC Porto de Anselmi tem apresentado valores defensivos semelhantes aos da equipa de Vítor Bruno e José Tavares. Poderá até ter uma ligeira melhoria em alguns indicadores, como a taxa de remates enquadrados ou o número de duelos ganhos pelos adversários. No entanto, o que realmente importa é que a equipa consiga ser mais eficaz a travar as oportunidades dos rivais e a fechar a sua baliza, algo que ainda não se tem refletido nos resultados.
