Quando Fernando Gomes assumiu a presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em 2011, poucos poderiam imaginar a transformação que o futebol português viveria nas décadas seguintes. Ao longo de 13 anos no comando, Gomes liderou um período de prosperidade e conquistas inéditas, que colocaram Portugal no topo do panorama futebolístico internacional.
O legado de Fernando Gomes na FPF é marcado por uma transformação profunda e sustentada do futebol português, com conquistas desportivas históricas, expansão do número de competições e praticantes, investimento no futebol feminino e uma sólida situação financeira. Um salto quântico que posiciona Portugal como uma referência no panorama futebolístico internacional.
Construção da Cidade do Futebol
A construção da Cidade do Futebol, um complexo moderno e completo, foi um dos marcos mais visíveis do seu mandato. «A Direção presidida por Fernando Gomes tomou posse a 17 de dezembro de 2011. Nos treze anos que se seguiram, a FPF afirmou-se através de resultados desportivos e financeiros nunca antes alcançados, além de um crescimento sustentado a diversos níveis», destaca o documento a que A BOLA teve acesso.
Neste período, Portugal conquistou nada menos que 18 títulos internacionais, entre futebol de praia, futsal e futebol. A Seleção Nacional A masculina venceu a Liga das Nações em 2019, enquanto as equipas de formação conquistaram o Europeu sub-19 em 2018 e o Europeu sub-17 em 2016. No futebol de praia e no futsal, os triunfos foram ainda mais expressivos, com oito e seis títulos europeus e mundiais, respetivamente.
Expansão de competições e praticantes
Além disso, a FPF promoveu a expansão do número de competições organizadas, passando de apenas algumas provas em 2011/12 para 59 na época passada, com a realização de mais de 10 mil jogos. O número médio de equipas por clube inscrito também aumentou significativamente, de 3,9 para 5,7, evidenciando o crescimento nos escalões mais jovens.
«Entre as épocas 2011/12 e 2023/24, o futebol português tem testemunhado uma transformação sustentada, marcada pelo crescimento e desenvolvimento da competições organizadas pela FPF e pelas 22 Associações Distritais», destaca o documento.
Investimento no futebol feminino
Outro pilar fundamental do legado de Gomes foi o investimento no futebol feminino. Desde 2011, a FPF investiu mais de 62,7 milhões de euros neste setor, o que se refletiu no aumento do número de praticantes, treinadores e dirigentes. Pela primeira vez, as praticantes femininas vão superar o marco das 20 mil, três vezes do que eram em 2011/12.
Situação financeira sólida
Financeiramente, a FPF também registou uma evolução notável. Os ativos da Federação cresceram de 42,6 milhões de euros em 2011 para 167,6 milhões em 2024, com os rendimentos a mais do que triplicarem neste período. Além disso, todos os exercícios nos mandatos de Fernando Gomes tiveram resultados positivos, permitindo a criação de fundos de apoio ao desenvolvimento do futebol não profissional.
«Observa-se uma taxa de crescimento contínua no número de colaboradores, assinalando-se um salto maior em 2019/20, época em que foi lançado o Canal 11. Os gastos com pessoal representam 18 por cento do total de rendimentos. No entanto, comparativamente a 2011/12 regista-se um decréscimo nesse rácio (era 21 por cento) com a grande diferença no valores das receitas: há 13 anos eram 35 milhões de euros e atualmente o valor ultrapassa os 122 milhões de euros», destaca o documento.
