Samu, a montanha-russa emocional do dragão

  1. Pontapé de bicicleta de Samu deu vantagem ao FC Porto na Europa League contra a Roma
  2. Samu não marcava desde dezembro
  3. Samu evidenciou reações intempestivas como soco em painel publicitário, lágrimas ou rasgões na camisola
  4. Expulsão de Eustáquio aos 51 minutos comprometeu aspirações do FC Porto

O pontapé de bicicleta de Samu que deu vantagem ao FC Porto no play-off da UEFA Europa League frente à Roma foi mais do que um "golaço". Foi um grito de revolta do avançado espanhol, que não marcava desde dezembro. Desde a sua chegada ao Dragão, Samu tem sido uma montanha-russa de emoções, alternando entre ser herói e vilão.

Da euforia aos momentos turbulentos


Num período inicial, o sorriso do jovem de 20 anos destacava-se nos festejos dos seus golos, bem como a cumplicidade com o ainda mais novo Rodrigo Mora. Porém, quando as coisas se complicaram, Samu começou a evidenciar reações intempestivas, como um soco num painel publicitário, lágrimas ou rasgões na camisola. Na flash-interview após o jogo com a Roma, a fúria de Samu transpareceu nas suas palavras, ainda que mais tarde tenha pedido desculpa.

Um reflexo da temporada conturbada do FC Porto


A montanha-russa emocional de Samu reflete, no fundo, a temporada conturbada do FC Porto. Apesar de dificilmente o plantel ter tido qualidade suficiente para travar Dybala e a Roma, a expulsão de Eustáquio aos 51 minutos comprometeu ainda mais as aspirações portistas. O treinador argentino Martín Anselmi continua a acreditar que tem material de qualidade para melhorar o rendimento da equipa e lutar pelo título, mas episódios como este em Roma serão recorrentes enquanto não houver uma maior confiança e capacidade de liderança no grupo.


Samu resumiu bem a situação, afirmando que «parecemos crianças». De facto, o plantel do FC Porto de 2024/25 é muito jovem e carece de líderes, como demonstra o caso de Eustáquio, com 28 anos e quatro temporadas no clube. Enquanto não houver uma maior maturidade e estabilidade emocional, a «bicicleta de emoções» dos dragões continuará a andar a uma velocidade que não entusiasma nem as próprias crianças.