Pinto da Costa foi uma figura marcante e incontornável no futebol português durante décadas. Audaz, irreverente e genial, moldou o FC Porto à sua imagem e semelhança, transformando-o de um clube em resistência para uma potência dominante no futebol nacional e internacional.
Não há presidente mais titulado na história do futebol mundial do que Pinto da Costa. Mas o seu legado vai muito além dos títulos conquistados. Ele foi um mestre na antecipação, um estratega exímio nos bastidores e nos jogos de poder. Criou uma máquina competitiva sustentada num desígnio inabalável: vencer a qualquer custo. Lutou em todos os tabuleiros, dentro e fora de campo, com a mesma destreza e voracidade.
O Norte Irredutível
Pinto da Costa afirmou o FC Porto como o símbolo de um Norte irredutível, cansado do centralismo imposto por Lisboa. Fez do clube uma arma de combate, um bastião contra o domínio da capital, onde cada vitória era celebrada como um ato de resistência. Fê-lo com génio, astúcia e uma intuição quase infalível, mas também com uma intransigência que não admitia dissidências.
Um Legado Inapagável
Pinto da Costa foi amado e odiado, exaltado e vilipendiado, celebrado e temido. Para alguns, foi um visionário que libertou o futebol português do seu torpor; para outros, um líder que, em nome da vitória, levou a luta para territórios cinzentos, onde a ética se tornava volátil. Mas nunca foi ignorado.
Ao partir, Pinto da Costa deixa uma obra titânica e inapagável. O Porto que deixa não é apenas um clube, mas uma identidade, uma cultura, um modo de ser. O seu legado ultrapassa a sua própria biografia e será confirmado pelo tempo.