Um legado marcado por troféus e declarações memoráveis
Pinto da Costa, o presidente do FC Porto entre 1982 e 2024, deixa para trás um legado ímpar no futebol mundial. Não só se sagrou o dirigente mais titulado de sempre, com 2.591 títulos conquistados em 21 modalidades diferentes, como ficou conhecido pelas suas famosas declarações e "guerras" travadas nos bastidores.
Amante de poesia e música clássica, Pinto da Costa era também conhecido pelo seu humor refinado e por algumas tiradas que se tornaram icónicas durante a sua longa carreira à frente do clube portista. Desde a sua primeira tomada de posse como presidente, o dirigente não se coibiu de tecer críticas e fazer declarações polémicas, muitas vezes direcionadas a rivais como o Benfica e a cidade de Lisboa.
As rivalidades com Lisboa e Benfica
Logo no início do seu primeiro mandato, em 1982, Pinto da Costa afirmou que «Lisboa não pode continuar a colonizar o resto do país. O desejo deles é que o FC Porto desça de divisão». Ao longo dos anos, o presidente portista continuou a alimentar a rivalidade com a capital, chegando a dizer em 1995 que «persistem mentalidades que ainda pensam que Portugal é a capital e o resto é paisagem. Essa mentalidade é que, no sentido figurado, gostaríamos de ver arder».
Pinto da Costa também não poupou críticas a figuras políticas, como quando em 1996 apelidou Santana Lopes de «um político que está em hibernação» e «um ovni que vai passar», acusando-o de «não saber nada de futebol» e de ter entrado para «criar suspeição».
As frases memoráveis
Mas as declarações mais marcantes de Pinto da Costa estão relacionadas com momentos decisivos da história do FC Porto. Após a conquista da Taça de Portugal de 1993/94 frente ao Sporting, o presidente ironizou sobre os adeptos rivais que «atiram pedras» e «não deixam receber a Taça», afirmando estar «feliz com este espetáculo» e que a ministra da Educação, Manuela Ferreira Leite, «não vem cá abaixo, porque não é tola, senão não era ministra».
Já em 2011, após um título conquistado na Luz, Pinto da Costa surpreendeu ao dizer que «nunca tinha festejado um título às escuras» e com «a água a correr debaixo para cima», considerando ser «uma experiência nova». Nos últimos anos, o dirigente voltou a dar que falar com a declaração de que, no seu funeral, não queria «ninguém de preto» e que desejava «toda a gente vestida de azul» - «por três razões: é cor do céu, do manto de Nossa Senhora e do FC Porto».