Conquista da Taça UEFA em 2003
A vitória na Taça UEFA de 2002/2003 ficará para sempre marcada na história do FC Porto. Numa final emocionante disputada em Sevilha, o clube venceu o Celtic por 3-2 após prolongamento, conquistando a primeira Taça UEFA da sua história. Apesar das adversidades, com lesões de jogadores-chave logo no início, o FC Porto conseguiu dar a volta por cima e vencer graças a golos de Derlei, que bisou, e Alenitchev. Para Pinto da Costa, que assistiu a todo o jogo, a vitória foi acompanhada de um momento de grande tensão física: «Senti dor muito intensa no peito e tive de ser assistido pelo médico», revelou o presidente portista, demonstrando a enorme carga emocional que aquele triunfo representava.
Conquista da Liga dos Campeões em 2004
Apenas um ano depois, em 2004, o FC Porto voltava a conquistar um troféu europeu de topo, desta vez a Liga dos Campeões. Na final disputada em Gelsenkirchen, a equipa comandada por José Mourinho venceu o Mónaco por 3-0, com golos de Carlos Alberto, Deco e Alenitchev. Pinto da Costa, que já havia conquistado a Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1987, via o seu clube regressar ao topo do futebol europeu, consolidando o seu estatuto como uma das grandes potências do continente.
Legado de Pinto da Costa
Ao longo da sua longa presidência, iniciada em 1982, Pinto da Costa transformou o FC Porto de um clube de âmbito regional numa das referências do futebol mundial. Sob a sua liderança, o clube conquistou um total de 61 títulos nacionais e internacionais, incluindo 29 campeonatos, 17 Taças de Portugal, 22 Supertaças e 5 troféus europeus.
«Pinto da Costa não imaginava a sua vida sem o FC Porto. Essa dedicação total que acaba por marcar aquilo que foi a sua participação cívica, a capacidade de missão que ele confundia com a sua própria vida», destacou o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, em homenagem ao histórico dirigente.
Além da sua inegável competência como gestor, Pinto da Costa ficou também conhecido pela sua personalidade forte e determinada. Não hesitava em tomar decisões difíceis, como a rescisão do contrato com o treinador Victor Fernández, em 2005, após este ter desrespeitado a disciplina do clube. «Tinha uma cultura completamente diferente da portuguesa. Um trabalho que, por vezes, parecia um exagero. Disciplina e inflexibilidade tremendas», recordou sobre o técnico holandês Co Adriaanse, que conquistou o campeonato em 2005/06 com uma equipa muito rigorosa.