Quando José Mourinho chegou ao FC Porto em 2002, já tinha mostrado o seu valor como treinador adjunto e feito bom trabalho no Benfica e na União de Leiria. Estreou-se no banco dos dragões a 26 de janeiro desse ano, com uma vitória por 2-1 sobre o Marítimo. Na apresentação, Mourinho fez manchetes com uma declaração forte: «Para o ano seremos campeões.»
No final dessa época, o FC Porto terminou em terceiro lugar, atrás do Sporting e do Boavista. Mas Mourinho conseguiu manter-se no cargo na temporada seguinte, algo raro para um treinador que chegava a meio da época.
O estilo de Mourinho
O técnico português impôs-se pelo seu discurso inovador e pela convicção de que iria construir uma equipa diferente e melhor. Prometeu «futebol de ataque» e trabalhar para chegar a «um modelo sistematizado e automatizado».
Agora, 23 anos e 4 dias depois, Martín Anselmi, com a mesma idade que Mourinho tinha na altura, também chegou ao FC Porto em janeiro, com a época a decorrer e a equipa a lutar pelo título. Tal como Mourinho, Anselmi destaca-se pela sua comunicação, procurando explicar o que acontece em campo sem esconder o jogo.
O desafio de Anselmi
A urgência da mudança é evidente, com a adoção de um sistema de três centrais, mas Anselmi enfrenta o desafio de avaliar com quem pode contar para a próxima época, tal como Mourinho fez em 2002. Nesse aspeto, o argentino está em desvantagem, pois Mourinho já contava com uma sólida espinha dorsal no plantel, com jogadores como Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Costinha, Deco, Alenichev ou Capucho.