A morte de Jorge Nuno Pinto da Costa, aos 87 anos, deixou uma profunda marca no FC Porto e no futebol português. Domingos Gomes, médico do clube durante os primeiros mandatos de Pinto da Costa, evocou a figura de um líder que gerava confiança e respeitava o trabalho das pessoas à sua volta.
Um gestor de confiança
Dizia-me que eu estava em todos os sítios em que era preciso e que era aquela pessoa certa que tomava sempre a decisão certa à hora certa. Como pode imaginar, uma pessoa destas não é um gestor, mas sim um gerador de confiança para as pessoas, recordou Domingos Gomes, de 84 anos.
A construção de um departamento clínico de excelência
Pinto da Costa, que exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, liderou o FC Porto a 2.591 títulos em 21 modalidades, incluindo 69 no futebol sénior masculino, com sete conquistas internacionais. O antigo médico do clube acompanhou de perto a construção de um departamento clínico de excelência, que se tornou uma referência no futebol português e europeu.
Entrei com [o então diretor] Pinto da Costa para o futebol [em 1976] e ele ajudou-me a construir um departamento clínico. A partir de 1982, o FC Porto começou a ser o ponto de irradiação de uma nova medicina de futebol, ao modificar toda a estrutura, desde a rotina alimentar à recuperação [dos atletas], sempre com o aval e a presença dele, partilhou Domingos Gomes.
Mesmo após a recente derrota na eleição presidencial do clube, Pinto da Costa manteve a sua determinação até ao fim, segundo o antigo médico. Mesmo assim, vendeu cara a derrota e, como fazia sempre, lutou até ao fim com as forças todas. Vai continuar a conquistar coisas, seja elas quais forem, no sítio para onde irá, concluiu Domingos Gomes.