A 14 de Maio de 1987, durante um treino do FC Porto, Fernando Gomes sofreu uma grave lesão no relvado das Antas. O avançado fez um carrinho, prendeu a bota na relva e caiu sobre a perna esquerda, fraturando o perónio. Transportado de imediato para o Hospital de Santa Maria, Gomes foi operado e ficou fora da final da Taça dos Campeões Europeus, que o FC Porto disputaria contra o Bayern Munique.
Apesar das baixas importantes, como a de Gomes, o FC Porto entrou com medo no jogo decisivo em Viena. O Bayern Munique chegou mesmo a marcar primeiro, mas uma inspirada segunda parte dos portistas acabou por dar a volta ao resultado. Madjer empatou de calcanhar e, já perto do fim, Juary marcou o golo da vitória, consagrando o FC Porto como campeão europeu pela primeira vez na sua história. Para Pinto da Costa, então com 49 anos, este triunfo representou «a concretização de um sonho».
A saída de Paulo Futre para o Atlético de Madrid
Após o triunfo europeu, Paulo Futre tornou-se um dos jogadores mais cobiçados do panorama futebolístico. Pinto da Costa revelou que o Atlético de Madrid chegou a apresentar-se no Porto com um advogado e um empresário dispostos a pagar a cláusula de rescisão de Futre, que ascendia a 200 mil contos na altura. No entanto, o presidente portista conseguiu renegociar o contrato do jogador, fazendo com que a cláusula desaparecesse. Ainda assim, o Atlético não desistiu e acabou por contratar Futre, embora com melhores condições para o FC Porto.
A Taça Intercontinental disputada na neve
Em dezembro de 1987, o FC Porto defrontou o Peñarol da Argentina na final da Taça Intercontinental, que se realizou no Japão. Pinto da Costa recorda que, na véspera do jogo, a cidade de Tóquio amanheceu coberta de neve, colocando em dúvida a realização da partida. O Peñarol não queria jogar naquelas condições, mas o presidente portista convenceu o árbitro austríaco a manter o encontro, argumentando que seria um «crime» adiar o jogo para mais tarde, quando o campeonato português estaria no auge. O FC Porto acabou por vencer o jogo, conquistando mais um troféu internacional.
A saída e o regresso de Quinito
Em 1988, Pinto da Costa contratou Quinito para treinar o FC Porto, mas o técnico não conseguiu lidar com a pressão do cargo. Após uma goleada por 5-0 frente ao PSV, Quinito apresentou a demissão, que Pinto da Costa não aceitou de imediato. No entanto, após novos pedidos de saída, o presidente acabou por aceitar a saída do treinador, que posteriormente foi para o Marítimo, recusando receber mais dinheiro do FC Porto.
Pinto da Costa e a amizade com Fernando Martins
Apesar da rivalidade entre FC Porto e Benfica, Pinto da Costa tinha uma grande amizade com Fernando Martins, que presidiu o clube da Luz entre 1981 e 1987. O presidente portista defendeu que Martins foi um «grande presidente» para o Benfica, não apenas pelo aproveitamento da «guerra» entre FC Porto e Sporting, mas também pelos títulos conquistados e pela obra realizada no Estádio da Luz.
