Dragão com duas cabeças
Há um sentimento de descrença no universo azul e branco com os resultados preocupantes obtidos pela equipa principal do FC Porto, aliados a exibições medíocres. Este contexto é atípico para um dragão habituado a estar sempre no topo, com desempenhos de mérito, tanto no plano nacional como internacional. Já se perspetivava uma temporada difícil para os dragões na era pós-Pinto da Costa e André Villas-Boas sabia-o de antemão, procurando, dentro das possibilidades financeiras com que se deparou, formar um plantel competitivo, capaz de ombrear com os rivais Benfica e Sporting na luta pelo título nacional.
Começo promissor, mas dificuldades a seguir
A época até começou com vitórias prometedoras, tanto na Supertaça Cândido de Oliveira como na própria liga portuguesa, mas com o passar do tempo foi possível constatar que o FC Porto não tem, nem de perto nem de longe, a mesma qualidade de outrora e ficou amplamente mais fraco com as saídas de jogadores-chave como Pepe, Taremi, Evanilson, Francisco Conceição e, mais recentemente, de Nico González e Galeno.
Problemas na parte desportiva
Se nos gabinetes da SAD tudo corre dentro do planeado, com o saneamento financeiro a ser feito de forma célere, no campo desportivo, vital para que as desassossegadas hostes azuis e brancas tenham novamente paz, sucede precisamente o contrário. A equipa de Martín Anselmi tarda em se reencontrar, a irregularidade dos resultados e das exibições persiste e a paciência dos adeptos começa a esgotar-se, pois no FC Porto a cultura de vitória padronizada por José Maria Pedroto e Pinto da Costa está enraizada há mais de quatro décadas. Como afirmou o treinador Martín Anselmi, «o plantel não consegue, muito por falta de alguma qualidade dos seus executantes, acompanhar a retoma feita pelo homem que ousou destronar Pinto da Costa do cadeirão presidencial».
